Centenário do Dr. Antonio Athayde - Parte II
"Comoveu-nos sobremaneira, Sr. Presidente e meus Srs., a nós da família de Antônio Francisco de Athayde, a homenagem que este ilustre sodalício vem de prestar à sua memória, ao ensejo do transcurso do centenário de seu nascimento.
Foi nosso Avô um dos fundadores desta Casa, já se disse aqui. Partilharam-lhe da idéia o Dr. Archimimo Matos, de há muito chamado à eternidade, e o Desembargador Carlos Xavier Paes Barreto. E tanto na presidência, como fora dela, emprestou-lhe o calor de seu entusiasmo e o máximo que lhe permitiam suas energias. Disso dão testemunho os anais preciosos desta instituição.
Por sabermos, de perto, o quanto ele queria a esta Casa é que esta homenagem tocou fundo o nosso coração e nos faz reviver um passado não muito longínquo, em que ele, nosso Avô (permitam-me que recorde, com saudade e ternura), a mim me impunha e aos outros netos também, todos adolescentes ainda, a comparecia às reuniões festivas deste Instituto e a reverenciar a memória de seu inolvidável patrono — Domingos José Martina, que se projetou na história como o "grande apóstolo da liberdade e ardoroso chefe da Revolução (de 1817), cujos esforços supremos são ensinamentos cívicos que glorificam sua imperecível obra, precursora do 15 de Novembro..."
Seu amor ao torrão natal e às pesquisas de nossa história o afeiçoaram a este cenáculo, pois, aqui, no convívio fraternal de seus pares, ele encontrava o ambiente próprio para o culto aos nossos Maiores e àquelas investigações e estudos que o atraiam e empolgavam. Diga-se a propósito que esses estudos e investigações foram os ideais sublimes que o inspiraram e aos seus dois outros eminentes companheiros, fundadores deste grêmio. E hoje, decorridos quase cinqüenta anos de sua instalação, o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo — viveiro admirável de patriotas e cultores insignes de nossa história — prossegue fiel àqueles ideais, servindo a seu povo e pronto sempre, como queria Antônio Francisco de Athayde, "a zelar com carinho o que é nosso, defendendo com amor o patrimônio material, intelectual, social e moral do Estado, que é também o da Pátria, como unidade da federação brasileira".
Sentenciou, uma vez, o conspícuo Muniz Freire — o jurista maior do Espírito Santo: "a criança que não sabe falar, chora; a dor que não sabe exprimir-se, geme; a ignorância que não ousa falar, curva-se; e o homem que não é capaz de balbuciar seus sentimentos, ajoelha-se e adora..."
E é nessa postura, Sr. Presidente, de respeito e veneração e extravasamento do que há de mais puro em nossos corações, que os descendentes de Antônio Francisco de Athayde aqui nos apresentamos para agradecer ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, senão que também a Vossa Excelência e ao primoroso orador desta Casa, Dr. Nelson Abel de Almeida, as carinhosas e comovedoras homenagens que acabam de tributar à memória desse nosso jamais esquecido e sempre saudoso antepassado.
Muito obrigado".
Nota(1): Discurso do Dr. Anníbal de Athayde Lima proferido na sessão solene do IHGES de 22 de setembro de 1960
Nota (2): Leia mais em Centenário do Dr. Antonio Athayde - Parte I
Fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, Nº 21 – ano, 1961
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2015
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