Comício de Jânio Quadros em Vitória
Cerca de dez mil pessoas, animadas por grande vibração cívica, aplaudiram ontem, na Praça Oito, o Sr. Jânio Quadros e sua comitiva. Nem mesmo um princípio de chuva, conseguiu mover a população, que ficou no mesmo lugar, aguardando a hora de ver e ouvir o grande brasileiro.
Jânio, que foi o último orador, fez um discurso quase técnico, no qual demonstrou a atual situação do Espírito Santo, para em seguida anunciar o seu comportamento, como Presidente, com relação ao nosso Estado.
O primeiro ponto focalizado em seu discurso foi o problema da energia elétrica. Estranhando que Rio Bonito não tivesse sido olhada com mais carinho e atenção pelo Governo Federal e dizendo ser injustificável que uma usina de vinte mil quilowatts leve cinco anos para ser construída, esboçou o seu pensamento sobre o aproveitamento de outras cachoeiras, principalmente nos rios S. Mateus, Itabapoana, Itapemirim e S. José. Citou ainda a usina de Suiça, que merecerá do seu Governo uma atenção especial, através da ação enérgica do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, que fornecerá os meios para que possamos eletrificar o Estado, criando-lhe novas fontes de renda.
HOMENAGENS
No começo de sua oração, Jânio agradeceu ao Governador Carlos Lindenberg por se ter feito representar à sua chegada, dirigindo idêntico agradecimento ao Poder Legislativo e ao Poder Judiciário. Mas a sua saudação especial foi para D. João Batista da Mota e Albuquerque, com quem se avistou na visita que fez ao Convento da Penha, logo após a sua chegada a Vitória.
Jânio falava visivelmente emocionado com a calorosa recepção do povo que o fora receber no aeroporto de Goiabeiras às 17 horas e que o conduziu, em companhia da comitiva, pelas ruas da cidade, até Vila Velha e o Convento da Penha.
APOIO DO PTB
Durante o seu discurso, o candidato das oposições referiu-se especialmente aqueles trabalhistas que resolveram juntar-se à grande campanha cívica de renovação nacional que ele comanda, agradecendo também aos membros do PR, que com ele estão, ao lado do povo para a salvação da Pátria.
PAVIMENTAÇÃO
Falando sobre o problema das estradas rodoviárias, disse inicialmente que estrada não asfaltada não é estrada: é caminho.
Estranhou que o Governo Federal tenha levado cinco anos para construir em nosso território apenas 57 quilômetros e 700 metros de estradas asfaltadas. Deteve-se analisando a importância econômica da BR-5 e da BR-31, cujas obras estão criminosamente abandonadas, mas cuja construção será ativada pelo seu Governo.
OUTROS PROBLEMAS
Falou ainda sobre a necessidade de se aumentar a capacidade de exportação do nosso porto, mas considera de urgência inadiável uma dragagem de profundidade, que permita que navios de trinta e trinta cinco toneladas possam aqui atracar. Afirmou que pretende alcançar a meta dos 20 milhões de toneladas exportadas.
Fonte: Jornal O Diário, 9 de agosto de 1960 – Ano IV
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2018
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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