D. Pedro II: além das festas, visita aos colonos imigrantes
No maior acontecimento da história social do Espírito Santo, da colônia à República, um indicador das dificuldades administrativas: o Governo teve que pedir recursos a famílias ricas para fazer uma recepção à altura de Sua Majestade
O maior acontecimento da história social do Espírito Santo, desde a Colônia até a República, a visita feita à Província por suas Majestades Imperiais, D. Pedro II e Dona Teresa Cristina.
A pobreza da Província não permitia grandes gastos com uma recepção de primeira ordem. Foram então, solicitados recursos de famílias abastadas, que atenderam às solicitações colaborando para que as recepções primassem pelo refinamento.
Os soberanos desembarcaram na baía de Vitória, regressando de uma visita ao Norte do País, em 26 de janeiro de 1860, pelas oito e meia. O navio Apa, que os trazia, era comandado por Joaquim Marques Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré.
O Presidente Pedro Leão Veloso teve o privilégio de hospedar os ilustres visitantes.
A cidade toda engalanou-se para tão festivo acontecimento. Os Fortes de São João e de São Francisco Xavier dispararam suas baterias em continência militar.
A entrega simbólica da chave da cidade foi feita a D. Pedro pelo Presidente da Câmara Municipal. O imperador agradeceu comovido com tão gratas manifestações.
Na Igreja de São Tiago foi celebrada missa, sendo cantado o hino "Te Deum", para ocasiões solenes.
A comitiva do Imperador era composta do Ministro do Império, João de Almeida Pereira Filho; do camareiro, Cândido José de Araújo Viana; Luis Pereira de Couto Ferraz e Dona Josefina da Fonseca Costa, dama de companhia da Imperatriz.
O imperador e sua comitiva visitaram conventos, igrejas, cemitérios, repartições, quartéis, escolas, hospitais e até a cadeia.
Assistiram missa no Convento da Penha e visitaram Vila Velha, detendo-se nos vários recantos que lhes pareciam mais acolhedores. Interessante chamar a atenção de que na visita à Serra, Nova Almeida, Santa Cruz e Linhares, suas Majestades foram a cavalo.
Fogos explodiam a cada vila visitada. Bandeirolas e foguetórios, uma verdadeira festa. Em Linhares, visitaram a Lagoa Juparanã. Encantaram-se com a exuberância das matas e fauna prodigiosa.
Voltaram a Vitória, de onde seguiram depois para Santa Leopoldina e Santa Isabel, para visitar as novas colônias agrícolas dos imigrantes alemães.
De regresso a Vitória esperava o imperador o seu primo, o Arquiduque Maximiliano, irmão do imperador da Áustria, que fora ao Rio de Janeiro para visitá-lo. Sabendo da sua estada em terras capixabas, aqui veio encontrá-lo.
Suas Majestades Imperiais seguiram, por mar, para a Vila do Itapemirim. De passagem, conheceram Guarapari, Benevente e Rio Novo. Retornaram ao Rio de Janeiro dizendo-se encantados com a acolhida. Mas cientes das imensas dificuldades que atravancavam o progresso da Província.
Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 23/09/1999
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2016
Todas as câmaras das Vilas do Espírito Santo aderiram imediatamente ao Imperador D. Pedro I
Ver ArtigoDomingos Martins, próspero economicamente, queria, acima de tudo, a independência política de sua gente e participava ativamente das reuniões em que se discutia e planejava a Revolução da Independência, bem como a Proclamação da República
Ver ArtigoCom o crescimento da produção do café, aumentaram as necessidades de transportes, não havia outra alternativa se não o uso de animais de carga
Ver ArtigoNomeado em 1798, Antônio Pires da Silva Pontes só a 29 de março de 1800 tomou posse como governador da Capitania do Espírito Santo
Ver ArtigoO cientista Saint Hilaire documentou a flora e a fauna. A equipe do príncipe Maximiliano gravou imagens preciosas de um mundo que acabou
Ver ArtigoA quantidade de governantes da Província do Espírito Santo, durante todo o período monárquico, é um indicador das dificuldades de administrar uma região que viveu à margem do progresso
Ver ArtigoTrinta casais de açorianos chegaram ao Espírito Santo no governo de Alberto Rubim. Iniciava-se a imigração européia para o Estado. Eram novos braços para ajudar nos trabalhos da lavoura
Ver ArtigoA estrada de Rubim fracassou. Não atraiu a preferência do comércio. Por ali chegou a passar boiada vinda de Minas. Mas os ferozes índios da região eram uma ameaça constante, atacando seus usuários
Ver Artigo