Visitantes ilustres documentam a vida no ES
O Espírito Santo recebeu dois estrangeiros cultos que deixaram registros importantes sobre a região. O cientista Saint Hilaire documentou a flora e a fauna. A equipe do príncipe Maximiliano gravou imagens preciosas de um mundo que acabou.
Quando terminou a administração de Francisco Alberto Rubim, o Espírito Santo já contava mais de 25.000 habitantes.
Estávamos às vésperas da Independência. Em 1817 havia explodido em Pernambuco a Revolução Republicana da qual foi um dos chefes o capixaba Domingos José Martins. Vivia-se um período de agitação.
O governo de Baltazar de Souza Botelho de Vasconcelos, sucessor de Rubim, foi tumultuado. Os motins se sucediam na Capitania e Souza Botelho não tinha forças para dominar a situação. A ordem da administração, o rendimento das lavouras, o equilíbrio das finanças, tudo desaparecia naquela voragem que deveria, dentro em pouco, submergir toda a administração para dar lugar ao "Independência ou Morte".
Durante a administração de Alberto Rubim, dois visitantes ilustres estiveram em terras capixabas: o príncipe Maximiliano e o naturalista Auguste Saint Hilaire.
O príncipe, acompanhado de grande comitiva de botânicos e desenhistas, aqui esteve em 1816. Preciosas gravuras por eles produzidas, das matas capixabas, mostram a exuberância da natureza.
Já o cientista Saint Hilaire documentou a flora e a fauna e descreveu, em longos trechos, a beleza da cidade de Vitória. Também chamou a atenção para os problemas: "As ruas são calçadas, porém, o são mal, têm pouca largura, não oferecendo nenhuma regularidade. Entretanto, não se vê aqui, casas abandonadas, semi-abandonadas, como na maioria das cidades de Minas Gerais. Entregues à agricultura, ou a um comércio regularmente estabelecido, os habitantes da Vila de Vitória não são sujeitos aos mesmos revezes dos cavadores de ouro, e não têm razão de abandonar sua terra natal. Eles têm o cuidado de bem preparar e embelezar suas casas. Um número considerável dentre elas têm um ou dois andares. Algumas de janelas com vidros, e de lindas varandas, trabalhadas na Europa... Não possui, por assim dizer, nenhuma praça pública, posto que aquela existente defronte do palácio é muito pequena, e é com muita condescendência que se dá o nome de praça à encruzilhada enlameada, que se prolonga da Igreja de Nossa Senhora da Praia até a praia.
"Quanto ao convento do Carmo, pareceu-me qual o dos franciscanos, mas a administração tomou o pavimento térreo para fazer caserna dos soldados pedestres."
Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 23/09/1999
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2016
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