Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

Visitantes ilustres documentam a vida no ES

Pedra de Jucutuquara. Imagem rara, de 1816, obra da comitiva do príncipe Maximiliano

O Espírito Santo recebeu dois estrangeiros cultos que deixaram registros importantes sobre a região. O cientista Saint Hilaire documentou a flora e a fauna. A equipe do príncipe Maximiliano gravou imagens preciosas de um mundo que acabou.

Quando terminou a administração de Francisco Alberto Rubim, o Espírito Santo já contava mais de 25.000 habitantes.

Estávamos às vésperas da Independência. Em 1817 havia explodido em Pernambuco a Revolução Republicana da qual foi um dos chefes o capixaba Domingos José Martins. Vivia-se um período de agitação.

O governo de Baltazar de Souza Botelho de Vasconcelos, sucessor de Rubim, foi tumultuado. Os motins se sucediam na Capitania e Souza Botelho não tinha forças para dominar a situação. A ordem da administração, o rendimento das lavouras, o equilíbrio das finanças, tudo desaparecia naquela voragem que deveria, dentro em pouco, submergir toda a administração para dar lugar ao "Independência ou Morte".

Durante a administração de Alberto Rubim, dois visitantes ilustres estiveram em terras capixabas: o príncipe Maximiliano e o naturalista Auguste Saint Hilaire.

O príncipe, acompanhado de grande comitiva de botânicos e desenhistas, aqui esteve em 1816. Preciosas gravuras por eles produzidas, das matas capixabas, mostram a exuberância da natureza.

Já o cientista Saint Hilaire documentou a flora e a fauna e descreveu, em longos trechos, a beleza da cidade de Vitória. Também chamou a atenção para os problemas: "As ruas são calçadas, porém, o são mal, têm pouca largura, não oferecendo nenhuma regularidade. Entretanto, não se vê aqui, casas abandonadas, semi-abandonadas, como na maioria das cidades de Minas Gerais. Entregues à agricultura, ou a um comércio regularmente estabelecido, os habitantes da Vila de Vitória não são sujeitos aos mesmos revezes dos cavadores de ouro, e não têm razão de abandonar sua terra natal. Eles têm o cuidado de bem preparar e embelezar suas casas. Um número considerável dentre elas têm um ou dois andares. Algumas de janelas com vidros, e de lindas varandas, trabalhadas na Europa... Não possui, por assim dizer, nenhuma praça pública, posto que aquela existente defronte do palácio é muito pequena, e é com muita condescendência que se dá o nome de praça à encruzilhada enlameada, que se prolonga da Igreja de Nossa Senhora da Praia até a praia.

"Quanto ao convento do Carmo, pareceu-me qual o dos franciscanos, mas a administração tomou o pavimento térreo para fazer caserna dos soldados pedestres."

 

Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 23/09/1999
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz    
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2016

Matérias Especiais

Sesmaria - Desuso e uso da ocupação primária (1822 a 1850)

Sesmaria - Desuso e uso da ocupação primária (1822 a 1850)

Terras ocupadas até 1850 (Lei 601, de 18.09.1850, art. 4º. As terras ocupadas até 1850 não foram consideradas como pertencentes à Nação

Pesquisa

Facebook

Matérias Relacionadas

República não trouxe a estabilidade desejada

No ano da Proclamação da República o Espírito Santo estava dividido em 14 Municípios, 4 cidades e 10 Vilas

Ver Artigo
A independência do Espírito Santo se chama café

Todas as câmaras das Vilas do Espírito Santo aderiram imediatamente ao Imperador D. Pedro I

Ver Artigo
Domingos José Martins, a morte pela liberdade

Domingos Martins, próspero economicamente, queria, acima de tudo, a independência política de sua gente e participava ativamente das reuniões em que se discutia e planejava a Revolução da Independência, bem como a Proclamação da República

Ver Artigo
Principal transporte em terra, tropa deixa rastro de poesia

Com o crescimento da produção do café, aumentaram as necessidades de transportes, não havia outra alternativa se não o uso de animais de carga

Ver Artigo
O Café é forte na economia capixaba - Por Gabriel Bittencourt

Introduzido no início do século passado, o café passou a ser a redenção econômica do Espírito Santo

Ver Artigo
D. Pedro II: além das festas, visita aos colonos imigrantes

A cidade toda engalanou-se para tão festivo acontecimento. Os Fortes de São João e de São Francisco Xavier dispararam suas baterias em continência militar 

Ver Artigo
Governador Silva Pontes tenta superar o atraso

Nomeado em 1798, Antônio Pires da Silva Pontes só a 29 de março de 1800 tomou posse como governador da Capitania do Espírito Santo

Ver Artigo
Em 67 anos, Província do ES tem 96 Presidentes

A quantidade de governantes da Província do Espírito Santo, durante todo o período monárquico, é um indicador das dificuldades de administrar uma região que viveu à margem do progresso

Ver Artigo
Os Açorianos fundam Viana

Trinta casais de açorianos chegaram ao Espírito Santo no governo de Alberto Rubim. Iniciava-se a imigração européia para o Estado. Eram novos braços para ajudar nos trabalhos da lavoura

Ver Artigo
Francisco Alberto Rubim faz a estrada para Minas

A estrada de Rubim fracassou. Não atraiu a preferência do comércio. Por ali chegou a passar boiada vinda de Minas. Mas os ferozes índios da região eram uma ameaça constante, atacando seus usuários 

Ver Artigo