Principal transporte em terra, tropa deixa rastro de poesia
A efervescência econômica, com o crescimento da produção do café, criou a necessidade de transportar não só o produto, mas também os bens de consumo que o dinheiro dos colonos podia comprar. Os tropeiros são agora personagens no imaginário do povo
Com o crescimento da produção do café, aumentaram as necessidades de transportes. Era preciso também levar ao interior açúcar, sal, querosene, bebidas, ferramentas, móveis e outros produtos. Não havia outra alternativa se não o uso de animais de carga.
Foi assim que uma atividade já desenvolvida foi crescendo: as tropas e os tropeiros.
O chefe da tropa era o arrieiro. Ele podia ser o dono da tropa ou empregado do dono. Havia, em algumas tropas, um responsável pelo preparo das refeições. Ele se adiantava ao andamento da tropa para chegar mais cedo aos pontos das pousadas e preparava, assim, os quitutes. Toda tropa tinha suas panelas, chaleiras, coador, bules, pratos, talheres; e também comestíveis como toucinho, arroz, carne-seca, sal e outros gêneros de primeira necessidade.
O café era adoçado com rapadura.
E os galos, com seus cânticos matinais, eram os relógios dos tropeiros.
Poetas capixabas escreveram sobre esses homens. Destaca-se o poema "Madrinha da Tropa", do escritor Elmo Elton:
Lá vem, num galope,
Madrinha da tropa.
Vem toda enfeitada
De fitas vermelhas,
Douradas e roxas.
Vem toda bonita,
Com arreios de prata,
Madrinha da tropa!
"Perfume da Serra"
vem vindo, ligeira,
fazendo barulho,
sineta batendo
aldeia acordando
do sono da tarde.
Madrinha da tropa
entrou no arraial.
Que tanta algazarra
na voz dos meninos!
As donas de casa
Se põem às janelas
E atiram-lhe flores.
"Perfume da Serra",
num trote garboso,
nem olha os meninos,
nem vê a homenagem
das donas de casa.
Madrinha da tropa,
assim colorida,
com fitas vermelhas,
douradas e roxas,
com arreios de prata,
sineta batendo,
é a nota mais linda,
a nota encantada
das tardes da aldeia.
Madrinha da tropa,
"Perfume da Serra"!
Rainha das tardes,
rainha matuta
das longas estradas
do nosso Brasil!
Fonte: Jornal A Gazeta, A Saga do Espírito Santo – Das Caravelas ao século XXI – 23/09/1999
Pesquisa e texto: Neida Lúcia Moraes
Edição e revisão: José Irmo Goring
Projeto Gráfico: Edson Maltez Heringer
Diagramação: Sebastião Vargas
Supervisão de arte: Ivan Alves
Ilustrações: Genildo Ronchi
Digitação: Joana D’Arc Cruz
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2016
No ano da Proclamação da República o Espírito Santo estava dividido em 14 Municípios, 4 cidades e 10 Vilas
Ver ArtigoTodas as câmaras das Vilas do Espírito Santo aderiram imediatamente ao Imperador D. Pedro I
Ver ArtigoDomingos Martins, próspero economicamente, queria, acima de tudo, a independência política de sua gente e participava ativamente das reuniões em que se discutia e planejava a Revolução da Independência, bem como a Proclamação da República
Ver ArtigoIntroduzido no início do século passado, o café passou a ser a redenção econômica do Espírito Santo
Ver ArtigoA cidade toda engalanou-se para tão festivo acontecimento. Os Fortes de São João e de São Francisco Xavier dispararam suas baterias em continência militar
Ver ArtigoNomeado em 1798, Antônio Pires da Silva Pontes só a 29 de março de 1800 tomou posse como governador da Capitania do Espírito Santo
Ver ArtigoO cientista Saint Hilaire documentou a flora e a fauna. A equipe do príncipe Maximiliano gravou imagens preciosas de um mundo que acabou
Ver ArtigoA quantidade de governantes da Província do Espírito Santo, durante todo o período monárquico, é um indicador das dificuldades de administrar uma região que viveu à margem do progresso
Ver ArtigoTrinta casais de açorianos chegaram ao Espírito Santo no governo de Alberto Rubim. Iniciava-se a imigração européia para o Estado. Eram novos braços para ajudar nos trabalhos da lavoura
Ver ArtigoA estrada de Rubim fracassou. Não atraiu a preferência do comércio. Por ali chegou a passar boiada vinda de Minas. Mas os ferozes índios da região eram uma ameaça constante, atacando seus usuários
Ver Artigo