Duarte de Lemos, homem providencial
Foi nessa conjuntura que lhe caiu nos braços um homem providencial – Duarte de Lemos. Mais tarde, este urdirá intriga, parece que sem fundamento, para desbancá-lo das graças reais, mas é impossível negar o mérito do seu auxílio naquele momento cruciante em que a capitania madrugava.
Fidalgo da casa real,(22) Duarte de Lemos vivera na Bahia, onde, ao que parece, se incompatibilizara com Francisco Pereira Coutinho – donatário daquela colônia – em cuja comitiva viera para o Brasil.(23) Aventureiro ambicioso, no conceito de quantos o estudaram, possuía recursos, sabia mandar e era dotado de espírito prático. Os motivos que o trouxeram ao Espírito Santo são ignorados.
Atraído por alguma proposta vantajosa, ou vislumbrando na situação precária de Vasco Coutinho uma oportunidade de se tornar, pelo menos, seu sócio e igual na capitania, Duarte de Lemos rumou para o Espírito Santo com seus “criados e outras pessoas que por seu respeito vieram com ele”.(24)
NOTAS
(22) - Carta de confirmação da doação da Ilha de Santo Antônio. – Arquivo da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João III, liv. 6, 512 (apud MALHEIRO, Regimen Feudal, 265).
– “Duarte de Lemos figura entre os autores de versos do Cancioneiro, de Garcia de Resende” (CALMON, Hist. Brasil, I, 192, nota).
(23) - LAMEGO, Terra Goitacá, V, 371.
– RODOLFO GARCIA informa: “Duarte de Lemos, fidalgo da casa real, que na Ásia obrara grandes feitos, acompanhou ao Brasil Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo” (Explicação, in DH, XXXVII, p. XXVIII).
(24) - Da escritura de doação, transcrita na carta régia de oito de janeiro de 1549, in HCP, III, 266.
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2018
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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