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Folha de serviços militares de Vasco Coutinho

Vasco Fernandes Coutinho

Sob o comando de Afonso de Albuquerque, serviu em Goa, em Malaca e na China.(15) Cumpria o destino da quase totalidade dos jovens portugueses do seu tempo.

Aliás, é o próprio soberano quem lhe atesta os méritos militares quando, na introdução da carta de doação, diz: “Esguardando eu aos muitos serviços que Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo de minha casa e El-Rei meu Senhor e pai que santa glória haja e a mim tem feito assim nestes reinos como em África e nas partes da Índia onde serviu em muitas cousas que se nas ditas partes fizeram, nas quaes deu sempre de si mui boa conta...”(16)

Um rei não poderia ir além destas palavras consagradoras.

Haveres e propriedades territoriais – O pecúlio reunido durante a quadra em que viveu nas terras e mares da especiaria, possivelmente avolumado pelos saques e comércio – que soldados e príncipes praticavam – permitiu a Vasco Coutinho a aquisição de uma quinta em Alenquer.(17)

Pedro de Azevedo, autor do melhor esboço biográfico do donatário, não conseguiu determinar o local exato em que assentava a propriedade, confessando não ter encontrado a escritura de compra. Baseia suas afirmações em um alvará(18) que o nosso Visconde de Porto Seguro conheceu, por certo, pois refere-se à quinta de Alenquer em sua História Geral.(19)

 

NOTAS

(15) - “...desde o ano de 1521 até o de 152(?), que voltou para o Reino”, informa JABOATAM (Orbe Seráfico, I, 73).

(16) - Carta de doação, nota I do capítulo II da Introdução deste livro.

(17) - P. DE AZEVEDO, Primeiros Donatários, 200.

(18) - “Eu el-Rey mando a vós, juiz, vereadores e oficiais da villa dAlemquer que nom constrangaes Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo da mynha casa pelos 28.000 reaes que he obrigado pagar de sysa de hûa quinta que comprou no termo da dita vila por quanto lhe faço deles quitaçam. E este dares em pagamento ao almoxarife ou recebedor do dito almoxarifado de que lhe fordes obrigados pagar ao quall mando que volo tome em pagamento e aos contadores que lhos levem em conta sendo sobre ele postos em receita. Domyngos de Paiva o fez em Lisboa a 1 de dezembro de 1529. Eu Damiam o fiz escrever – Rey” (Corpo Cronológico, I, 53, 29, apud P. DE AZEVEDO, Primeiros Donatários, 200).

(19) - VARNHAGEN, HG, I, 216.

 

Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2018

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