Duas grandes tarefas: cultivar a terra e conquistar o coração do íncola
Estavam estabelecidas as bases para o trabalho imediato da expedição: a cultura da terra. Embora o mar fornecesse pescado farto e a floresta fosse rica em manjares, era mister cuidar da agricultura. Peixe, caça e frutos silvestres poderiam servir como alimentos subsidiários, nunca satisfariam as necessidades permanentes da mesa do homem civilizado. Urgia, pois, lançar ao solo a semente cujas colheitas substituíssem, nas tulhas, o mantimento trazido da metrópole.
A curiosidade, os presentes, o escambo foram atraindo silvícolas para a povoação nascente. Eram conquistas valiosas para os brancos – de inimigos, passavam a colaboradores. Pena que fossem tão poucos. Os que não aceitavam aliança – quase a totalidade – mantinham, ferozes, apertado cerco.
As “matas que parecem ter visto a infância do mundo”(19) conspiravam contra os colonos, facilitando acometidas às suas casas e plantações. Era o sobressalto constante, a guerra sem tréguas, as sentinelas se revezando dia e noite.(20)
NOTAS
(19) - RUBIM, Memórias, 197.
(20) - Mais de dois séculos depois, já em 1790, em informação prestada pelo capitãomar Inácio João Mongeardino ao governador da Bahia, dizia aquele administrador: “A terra he capaz de toda a producção, fazendo-a, mas os seus habitantes frouxos e nada ferrados ao interesse. Os seus sertões dilatados e de muitos haveres, mas cultivados três legoas de fundo á frente delles, distância a que só chegão os lavradores com receio das hostilidades do gentio barbaro” (Apud ALMEIDA, Inventário, III, 179).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2018
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo