Franceses no Rio de Janeiro no Início do Século XVIII
O grande acontecimento que abalou a colônia, em 1710, foi o assalto comandado por Duclerc contra o Rio de Janeiro. Espiões portugueses puderam dar ciência à Coroa dos preparativos da expedição, em Rochefort e Brest, notícia logo transmitida ao Brasil. Sem perda de tempo, o governador geral determinou a remessa, para o Espírito Santo, de “vinte peças de Artilharia, outras tantas carretas com armas de fogo de pederneira, patronas, cartucheiras, frascos de couros, e tudo o mais necessario, quarenta quintaes de polvora, a balaria competente, assim para a Artilharia como para as espingardas e trinta arrobas de murrão”, pois a capitania “se achava destituída de tudo o que conduzia para a sua defesa” e era “de maiores consequencias para qualquer empresa, por ter bom porto de mar para navios de toda a sorte, donde facilmente se pode introduzir alguma comunicação com as Minas”.(40)
Repetiram-se as correrias no ano seguinte, quando Duguay-Trouin se apoderou do Rio de Janeiro, acudindo a administração geral ao Espírito Santo com vultoso material de guerra,(41) além de um capitão-engenheiro(42) e um mestre de campo(43) para o governo das armas.
NOTAS
(40) - DH, XXXIV, 327-8.
(41) - “200 arrobas de pólvora, 300 espingardas com suas baionetas, 300 frascos, 300 polvarinhos, 300 patronas, 10 quintais de pelouros que digam nas armas, 600 balas pederneiras, 20 arrobas de morrão, 600 balas de calibre dezoito, 100 picaretas, 20 marrões para quebrar pedra com suas cunhas grandes e pequenas, 24 marrachos, 24 enxadas, 100 pás” (DH, LIII, 103-4).
(42) - Gaspar de Abreu (DH, LIII, 108-9). Recebeu ordem de se recolher à Bahia pouco depois de chegar ao Espírito Santo (DH, LXX, 120).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, agosto/2017
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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