Grupo Escolar Vasco Coutinho - Marco Cultural de Vila Velha
Monumento indelével da cultura de Vila Velha, semeando os princípios básicos de Educação e ensinamentos aos homens, ontem crianças, e às crianças, homens de amanhã, o Grupo Escolar “Vasco Coutinho” é o mais conceituado estabelecimento de ensino primário do Município e um dos melhores de todo o Estado.
Fundado em 1931, ainda nos primórdios do atual desenvolvimento de nossa terra, época repleta de dificuldades, cheia de obstáculos e carente de recursos, o “Vasco Coutinho” floresceu aos poucos, qual semente regada com carinho e dedicação, para alcançar nos nossos dias o apogeu de seu objetivo: oferecer o que de melhor for possível aos alunos que o freqüentam.
Inicialmente funcionando em uma casa particular situada à rua D. Jorge de Menezes, viu, no dia 23 de outubro de 1933, a concretização de uma primeira vitória: era inaugurado seu prédio próprio. Este prédio é o que ainda existe maior e com melhores instalações, porém com a mesma missão que já na época desempenhava, mesmo contando apenas com a primeira ala – a que faz face com a Praça Duque de Caxias - Esta primeira ala possuía instalações para o Diretor, cinco salas e uma cozinha.
As aulas eram ministradas em dois turnos apenas, contando com um Diretor – Professor Ernani de Souza – dez professores primários, um auxiliar e dois professores de Educação Física.
O Professor Ernani, baluarte inegável dos dias difíceis, foi o Diretor no período de 1933 a 1947, sendo esta a maior gestão, até hoje, de toda história do “Vasco Coutinho”.
Ultrapassando os limites esperados, engrandecendo a si próprio pelas inéditas conquistas, enaltecendo o trabalho de todos os que ao seu florescimento se dedicavam, já na final de 1947 o “Vasco Coutinho” marcava uma época no setor educacional vilavelhense: contava com mais de 600 alunos, funcionando em três turnos, com 15 regentes de classe. Mais ainda, já possuía várias instituições: Merenda Escolar, Caixa Escolar, Cooperativa, etc.
No decorrer de sua brilhante trajetória o “Vasco Coutinho” contou com 15 diretores, inclusive os substitutos (vide folha anexa). Personalidades idealistas e desprendidas, todos eles, através dos tempos procuraram abrilhantar a história do Grupo, ornamentando sua aparência externa, melhorando suas instalações, aumentando suas dependências e, que é mais importante, buscando forjar, nas incansáveis e silenciosas horas de trabalho, um ambiente de amor, confiança e carinho, meio ideal para a criança em formação.
Hoje o “Vasco Coutinho” impera no merecido conceito que, com tantas lutas, lhe foi erguido ao longo das datas. Ele é parte integrante da comunidade vilavelhense. Com as suas dependências bem ampliadas, uma cozinha bem montada, um gabinete acolhedor, classes muito limpas e saudáveis, os jardins que circundam o pátio interno dando mais um toque de luz à paisagem já salpicada de flores tão lindas – as crianças travessas – constitui, de fato, o tão decantado “segundo lar” que deve ser para cada criança a escola primária.
A harmonia existente na vivência dia a dia do corpo docente e discente é concreta, quase palpável, preocupando-se cada professora e demais funcionários em oferecer à criança não só a informação necessária, mas uma educação completa baseada na existência de um clima de bem estar originado no amor que aí germina a se expande.
O carinho com que os alunos são tratados, indistintamente, surpreende a muitos, mas é, inegavelmente, este carinho que gera um clima de estabilidade e confiança indispensável na formação de personalidades fortes que, no amanhã tão promissor que se anuncia, lançar-se-ão destemidas, intrépidas e tranqüilas nos duros embates da vida.
Atualmente, na indiscutível linguagem dos números, constatam-se a heróica evolução do “Vasco Coutinho”: um Diretor, cerca de 2.000 alunos, 42 regentes de classes, 6 auxiliares, 1 bibliotecária, 2 merendeiras, 1 orientador, 12 professores de Educação Física, 12 serventes e ainda um curso supletivo noturno com 10 professores e 315 anos, constituem uma alentadora estatística que nos alegra e estimula na busca constante de maiores aperfeiçoamentos.
E foi procurando esta perfeição que a atual Diretora Tia Euphélia, desenvolvendo uma das mais dinâmicas administrações já experimentadas pelo Estabelecimento, promoveu, recentemente, uma grande reforma em todo o Grupo. Agora ele se encontra todo festivo em suas novas roupagens: grandes muros o circundam, ocasionando maior segurança para as crianças; todas as salas receberam lustres; suas janelas que espreitaram na pacata morosidade dos dias passados os lances eloqüentes de nossa história sofreram algumas transformações; enfim, todo pintado de novo “Vasco Coutinho” é uma nota alegre na paisagem tranqüila desta Vila Velha histórica.
Prescindindo de sua aparência externa, sua existência interior - a mais importante – palpita de vida o entusiasmo: a Caixa Escolar encarrega-se de assistir aos menos favorecidos, minimizando assim as agruras tão dificilmente esquecidas de uma infância infeliz; a Biblioteca, muito bem montada, é peça fundamental e motivação constante para a aprendizagem dos pequeninos. E dos mais modernos o Método de Ensino ministrado no “Vasco Coutinho” pelo seu bem preparado corpo docente.
Aqui esta em rápidas pinceladas, o Grupo Escolar “Vasco Coutinho”. Porém não será com descoloridas palavras, num texto impessoal que se conseguirá descrevê-lo. Para alcançar-se a profundidade de seu valor na nossa sociedade, para entender-se a mais íntima contextura de sua essência social e influência humana na existência de nosso povo seria necessário penetrar nas próprias raízes de sua estrutura e conhecer a solidez de seus princípios. Ali crianças e professoras, amigos de todas as horas nas relações mestre-aluno, lutam juntas em prol de um futuro melhor, em favor de um Brasil grande, autônomo e invencível.
Atrás de seus portões, onde predomina o “slogan”: AQUI MORA O AMOR, reside a certeza do dever cumprido por cada um, a satisfação de participar de um grandioso trabalho feito em comum no sentido de conduzir a futura sociedade ao verdadeiro caminho: vereda de glórias, de conquistas, de supremacia e de paz!
ANEXO AO TRABALHO: GRUPO ESCOLAR VASCO COUTINHO – MARCO CULTURAL DE VILA VELHA: A MAIS ANTIGA CIDADE ESPIRITOSANTENSE
RELAÇÃO DOS DIRETORES DO “VASCO COUTINHO” DESDE SUA FUNDAÇÃO:
Estas pessoas são os artífices do atual destaque do Grupo Escolar “Vasco Coutinho. São elas merecedoras de toda a gratidão da sociedade vilavelhense.
N° DE ORDEM |
NOMES |
PERÍODO |
1 |
FLÁVIO MORAES |
1931/1932 |
2 |
AFRODISIO CARVALHO |
1932/1933 |
3 |
ERNANI DE SOUZA |
1933/1947 |
4 |
ASSISOLINA DE ANDRADE |
1947/1952 |
5 |
IRACEMA SILVA DE OLIVEIRA |
1952/1954 |
6 |
ORMANDINA M. DA SILVA |
1954/1956 |
7 |
SOEMIS VALADARES |
1956/1962 |
8 |
SULTANYA NADER VALADARES (Substituta) |
1962/1962 |
9 |
ARACI BOTELHO BARBOSA |
1962/1963 |
10 |
ORMY SANTANA (Substituta) |
1963/1964 |
11 |
MARIA DE LOURDES SOBREIRA CALON |
1964/1965 |
12 |
YEDA DE MORAIS CARVALHO |
1965/1966 |
13 |
LÚCIA VEREZA MIRANDA |
1966/1966 |
14 |
LENY QUINTAIS MENEZES |
1966/1968 |
15 |
EUPHELIA MOREIRA VIEIRA |
1968 |
(Atual Diretora) |
Observações:
- Sultânya Nader Valadares foi Diretora no período de 05 a 13 de setembro de 1962.
- Assisolina Andrade – Período: 1947 a 29 – 7 – 52.
- Ormy Santana – Período: 03 – 10 – 63 a Julho de 1964.
- Lúcia Vereza Miranda – 2 meses no ano de 1966.
Fonte: Trabalho realizado pela diretoria da Escola no ano de 1970, na gestão de Euphelia Moreira Vieira
Participação dos alunos: Edmar Checon de Freitas, Cláudio Cometti Dias e Gilson Pimenta
Acervo: Casa da Memória de Vila Velha
Compilação: Walter de Aguiar Filho, outubro/2013
GALERIA:
O navio em que Coutinho regressou ao Brasil tocou em Pernambuco e, com certeza, era de sua propriedade
Ver ArtigoCoube a do Espírito Santo, descoberta em 1525, a Vasco Fernandes Coutinho, conforme a carta régia de 1.º de junho de 1534
Ver ArtigoEnfim, passa da hora de reabilitar o nome de Vasco F. Coutinho e de lhe fazer justiça
Ver ArtigoTalvez o regresso se tivesse verificado em 1547, na frota mencionada na carta de Fernando Álvares de Andrade, ou pouco depois
Ver ArtigoConcluo, dos nobres que aportaram à Capitania do Espírito Santo, ser ela a de melhor e mais pura linhagem
Ver Artigo