Instalação dos serviços da Coroa – Vasco Coutinho

No rol das providências dos primeiros dias cabe citar a instalação dos serviços que pertenciam ao poder real: almoxarifado e feitoria, com seus escrivães, incumbidos de arrecadar as rendas da Coroa.(15) Sebastião Lopes, “escudeiro e morador em Muge”, e Antônio Espera, “cavaleiro da Ordem de S. Tiago” foram nomeados a dois de setembro de 1534, respectivamente, escrivães da feitoria e do almoxarifado da capitania.(16) Teriam feito parte, portanto, da comitiva do donatário. Não se tem notícia das nomeações do feitor e do almoxarife. Entretanto, bem podia acontecer que o soberano se limitasse àqueles dois atos, conservando vagos os outros dois lugares, para os quais, sabe-se, “foi nomeado, a vinte e quatro de fevereiro de 1546, Belchior Correia, filho de Gomes Eanes de Freitas, escrivão da câmara”.(17) Lá está, na carta de foral, a confirmação de que, à data de sua assinatura (7-10-1534), o soberano não nomeara ainda o feitor do senhorio de Coutinho: “enquanto na dita Capitania não houver feitor”. Facilmente se entrevê nessas palavras a disposição de retardar a designação do funcionário.(18)
NOTAS
(15) - CAPISTRANO, Capítulos, 42.
(16) - P. DE AZEVEDO, Primeiros Donatários, 202.
(17) - P. DE AZEVEDO, Primeiros Donatários, 202.
(18) - Na carta datada “do espirito samto a vinte e seis de setembro de 1545” (ver foot-note n.º 13, do capítulo III), Ambrósio de Meira informava ao rei: “tomey pose de feytor e almoxarife por nam aver na terra outro hofyçyall”. Por quanto tempo ele exerceu o cargo, não se sabe. Há, isto sim, documentos provando que, ao morrer, Ambrósio de Meira devia ao soberano algum dinheiro “pelo encerramento de Sua Conta”. Os mandados de vinte e sete de fevereiro e sete de março de 1550, respectivamente dirigidos ao feitor e almoxarife do Espírito Santo, e ao provedor de Porto Seguro, determinavam: ao primeiro, que “carregasse sobre si, em Receita 46$436, que deve Vasco Fernandes Coutinho a Ambrósio de Meira defunto feitor, que foi na dita Capitania”; ao segundo, que “fizesse arrecadar de Diogo Alves, testamenteiro de Ambrósio de Meira, o seguinte; a saber 10$804 em dinheiro, e o serviço de onze peças de escravos, que lhe foram entregues; e assim mais uma escrava por nome Felippa, que lhe não foi carregada no encontro, e um conhecimento, que Manoel Fernandes morador, que foi nesta dita Capitania do Espírito Santo passou ao dito defunto em sua vida de tres mil e quinhentos reis; e assim um Livro de lembranças de dividas feito e escripto da Letra do dito Ambrósio de Meira como dito é conteudo em uma Certidão, que passou o Contador Gaspar Lamego, que se achou todo ficar devendo pela conta que lhe foi tomada pelo dito inventario” (DH, XXXVIII, 197-9).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2018
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