Nacionalização do ensino no ES
Sob orientação do professor Fernando Duarte Rabelo – então secretário da Educação e Saúde – o Estado do ES iniciou uma campanha visando a nacionalizar o ensino nas zonas de colonização estrangeira.
Ainda em 1940 – quando do Recenseamento Geral – os funcionários que percorreram aquelas zonas surpreenderam populações inteiras que ignoravam o idioma nacional.
“As escolas elementares são uma lástima; a maioria dos professores alia a uma incompetência desanimadora uma grosseria e brutalidade revoltantes. Raríssimas são as exceções a esta regra. Temos municípios, especialmente os de Santa Leopoldina e Santa Teresa, onde as escolas estrangeiras, quase todas dirigidas por alemães, causam mais dano que os priores males reunidos. O seu corpo docente é alemão, os seus livros e cadernos de exercícios escolares tratam de assuntos estranhos ao nosso meio; a decoração de suas paredes de aula, e até mesmo os quadros que ornam as suas salas são todos calcados em motivos alemães: - nada ali se vê de brasileiro. A língua usada, tanto em aula como em recreio, é a alemã e – o que sempre acontece – o ensino da língua portuguesa é entregue à direção de um professor alemão, que muito mal fala e quase sempre procura explicar-se em língua de sua nacionalidade. Percorrem-se essas escolas e não se encontrará uma bandeira nacional, um quadro de um brasileiro notável. A atmosfera que ali se respira é alemã; a criança que ali entra, embora nascida no Brasil, dali sai alemã no coração e no espírito. O alemão, como se vê, tem profunda aversão às nossas escolas.”
Confira relatório outro relatório que data de 1921:
“Escolas estrangeiras funcionam no território pátrio com o fim único de ensinar aos filhos dos colonos a língua, a geografia e a história de seus respectivos países, porque sabem os seus professores que tais conhecimentos constituem os mais fortes vínculos do cidadão para com a pátria. Zonas encontrei eu em minha viagem onde a língua dominante é, ora a italiana, ora a alemã, não sabendo as crianças nascidas sob o céu do Brasil uma palavra sequer de português.
Visitando a escola alemã do lugar denominado “25 de Julho”, no município de Santa Teresa, tive mais uma oportunidade de assistir a um desses espetáculos que muito me impressionaram. Dos 19 alunos presentes, apenas uns 4 se exprimiam em português. Os restantes, ao serem por mim argüidos fixaram-me olhares interrogadores por não me compreenderem.
O livro usado em classe era escrito em língua alemã. Diante dessa irregularidade, achei de bom alvitre intimar o respectivo professor a fazer o ensino da língua pátria. Essa escola, entretanto, é subvencionada pelo município de Santa Teresa, o que é simplesmente ridículo e impatriótico. A disposição que prescreve aos colégios particulares o ensino da língua portuguesa encontra nas escolas estrangeiras o seu ludíbrio e ineficácia...”
Fonte: História do Estado do ES
Autor: José Teixeira D. Oliveira, 1951
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2013
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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