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Linhares perde sua condição de município

Selo em Ofício de Linhares, mesmo a sede sendo Colatina

Linhares, distrito e Município, não tinha sido ainda Comarca com direito a um juiz residente. Pertencera às Comarcas de São Mateus, Vitória e Santa Cruz. Em 1895, alcançou este privilégio tendo com Juiz o Dr. Lourenço de Araújo.

Mas em 1900, um decreto governamental extingue a Comarca. Nesse ano, representavam Linhares na Assembléia Legislativa os senhores Monsenhor Eurípedes Calmon Nogueira da Gama Pedrinha, Augusto Rafael de Carvalho e Augusto Calmon Nogueira da Gama, e não foi fácil para eles, e todos os linharenses, assistirem àquela medida. Mas o problema em 1900 não atingia só a nossa comarca. Várias outras também foram suprimidas. O Estado atravessava um período em que era necessário reduzir despesas. Assim, os deputados linharenses nada puderam fazer.

Ficaram, contudo, aguardando uma oportunidade e esta apareceu em 1906. Monsenhor Pedrinha, então presidente de Assembléia, apresentou um projeto restabelecendo a Comarca em Linhares, sendo a mesma instalada no ano seguinte.

Porém, já nesse tempo, o destino preparava o golpe que muitos linharenses até hoje não esquecem.

Desde anos atrás, vinham sendo construídos os trilhos da Estrada de Ferro Diamantina, hoje Vitória-Minas, incorporada pela Companhia Vale do Rio Doce.

Esta estrada partia de Minas até a “Vila de Colatina”, e daí dobrava para o sul em direção a Vitória. Estes trilhos chegaram em 1906 a Colatina, simples povoado com nome de Vila, mas com ricas áreas de cafezais. Enquanto os colatinenses celebravam a chegada dos trilhos “com foguetes e salvas de rifles”, podemos dizer, literalmente, que Linhares chorava. Todos sabiam o que ia acontecer, como de fato ocorreu. “O comércio que era feito barra a fora, via Linhares, passou a se concentrar em Colatina e daí as mercadorias saíam para Vitória e vice-versa. O abalo econômico foi grande e o comércio linharense desarvorou-se”.

E como se isso fosse pouco, em 1907, o Coronel Alexandre Calmon, linharense, conseguiu a transferência da sede do Município para Colatina e ainda levou para lá todo o arquivo aqui existente (Arquivo este que, em nossa opinião, deveria ter voltado para cá em 1943, como condição imprescindível, quando o Município foi separado de Colatina).

Naquela época, contra Alexandre Calmon se colocaram várias famílias linharenses: Carvalho, Nogueira da Gama, os seus parentes Calmon, Pestana, Ravara, Durão, Ferreira e Fernandes, Tristão e outros. Mas nada foi possível fazer. E, ainda em 1907, mudava-se para Colatina o Juiz Dr. Francisco de Paula Mendes Wanderley, perdendo também Linhares a sede da Comarca e os cartórios.

Dessa época até 1921, aconteceu um fato curioso. Linhares conservava o nome do Município, os papéis da Câmara tinham o timbre com seu nome e até um “selo” encontramos em vários ofícios. Mas a sede era Colatina.

Somente em 1921, foi criado oficialmente o Município de Colatina e extinto o de Linhares. E apesar de tudo isso, de 1907 a 1943, os cidadãos linharenses, nem por um momento, deixaram de ocupar cargos na política municipal. Como exemplo, temos o Coronel Lastênio Calmon, Presidente da Câmara em Colatina de 1920 a 1924. Os linharenses Talma Drumond Pestana, Joaquim Calmon e Alberto Ceolin foram vereadores, e outros ocuparam cargos de destaque, como Rufino Rafael de Carvalho, Miguel Pereira Tristão, Joaquim José de Amorim Durão e Luis Cândido Durão.

 

Fonte: Panorama Histórico de Linhares, 1982
Autora: Maria Lúcia Grossi Zunti
Compilação: Walter de Aguiar Filho, fevereiro/2012 

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