Lugares e Povoações de Viana - Por Heribaldo Balestrero
Areinha - Pequena povoação, onde já existiu uma escola municipal em princípios deste século. Está localizada à margem da Leopoldina e da estrada de rodagem Viana-Vitória.
Batatas ou Contenda - Lugar do município onde foi construída uma capela dedicada a S. Sebastião. Possui uma escola primária.
Baía Nova - Povoação antiga do município. Era a princípio um quilombo que foi batido e conquistado, com 70 homens, em janeiro de 1843, por André de Siqueira Matos, residente na então povoação de Viana. Hoje é um importante núcleo de população habitado por colonos de origem italiana que se dedicam às culturas do café, de cereais e de frutas em grande escala. Foi usurpada ao município e anexada ao de Guarapari em 1943, estando o assunto dependendo da realização de um plebiscito eleitoral. Possui uma escola primária e uma belíssima capela católica, dedicada a Cristo-Rei.
Nas suas vizinhanças, do lado norte, já à margem do Jacarandá, está situada a povoação de Santa Rita, também habitada por colonos italianos, na sua maior parte, que se ocupam das culturas do café e cereais. Possui também uma escola pública.
Belém - Antiga fazenda de propriedade do coronel Torquato Martins de Araújo Malta, onde se encontra a velha capela de N. S. de Belém descrita na parte histórica deste livro. Em frente, na fazenda Jucu, existiu em tempos passados uma outra capela, hoje completamente em ruínas, lembrando um dos maiores fazendeiros do município, José Freire de Andrade. Sobre o Jucu, nas suas imediações, havia também antigamente uma grande ponte de madeira. É servida, como também Jucu, pela estrada de rodagem Vitória-Araçatiba. É uma importante zona agrícola de onde sai para Vitória abundante abastecimento por caminhões e pelo rio Jucu, em canoas. Existem em Jucu uma escola primária e um curso de alfabetização de adultos.
Perto de Belém está situada a pequena povoação de Ladeira Grande, onde existe uma escola primária.
Biriricas - Zona importante colonizada por indivíduos de origem alemã. Centro produtor de café e celeiro abundante de gêneros de lavoura e frutas diversas que são conduzidos para Vitória pela estrada Formate-Viana - Vitória.
Bonito - Antigo reduto de cearenses que ali se estabeleceram em 1877, quando da grande seca do Ceará. Hoje pequena povoação. Possui uma escola primária.
Bordas - Povoação antiga do município, cujo nome se originou, segundo consta, do sobrenome de um dos alferes que comandaram o quartel ali edificado, o primeiro para policiar a estrada S. Pedro de Alcântara e reprimir as incursões dos índios. Ali residiu o capitão Joaquim Pereira Machado, um dos fundadores do município, que em 1863 adaptou, como vereador, o Código de Posturas da Capital aos interesses do município. O capitão Machado era casado com uma descendente do coronel Duarte Carneiro. Faleceu a 12 de setembro de 1894, com 74 anos de idade.
Com as terras de Surucucu, Monte Airoso e Pirão Sem Sal, regadas pelo Santo Agostinho e as duas últimas também pelo arroio Pirão Sem Sal, constitui importante celeiro de produtos agrícolas. É servida pela estrada de rodagem Viana-Formate.
Bom Jesus - Povoação nos confins do município, justamente nos limites entre os municípios de Viana, Guarapari e Domingos Martins. Possui uma capela católica que pertence eclesiasticamente à paróquia de Santa Isabel. Destaca-se pela fertilidade de suas terras, ainda em grande parte cobertas de matas virgens.
Canto Grande - Pequeno povoado situado no 2° distrito do município, perto da povoação Jacarandá.
Calabouço - Povoação que tomou o seu nome, segundo versão antiga, por ter ali existido, em princípios do século passado, uma grande prisão em cujas masmorras eram recolhidos os índios que atacavam os açorianos.
Ali viveu o comendador Fernando Antônio Ferreira Castelo, proprietário de importante fazenda e que representou a Freguesia na chegada do Imperador. Foi também residência do antigo político já contemporâneo Liberato Pinto do Espírito Santo, falecido a 29 de outubro de 1919, com 74 anos de idade, depois de ter exercido várias funções eletivas com reconhecido apoio da opinião pública. É servida pela estrada de rodagem Viana-Vitória e possui uma escola primária.
Camboapina - Importante região do município que foi entregue injustamente ao município do Espírito Santo em 1938. Ali residiu por muitos anos João Pinto Machado, deputado à Constituinte Estadual de 1891 e a quem coube o governo do município de 1896 a 1898. Seus descendentes ainda residem na mesma propriedade. Possui uma escola primária.
Compreendia essa zona o imenso sertão de Palmeiras, em cuja direção NS seguia a linha que partindo do final da vala de Camboapina, sempre limitou o município com o do Espírito Santo, por lei n° 13, de 30 de dezembro de 1837.
Carioca - Lugar do município onde, em 1922, se verificou um dos mais horripilantes crimes de que há registro no cadastro policial do Espírito Santo. Manoel Dias dos Santos, conhecido por Manoel Calaça, rapaz de 17 anos naquela época, matou na calada da noite uma família inteira, composta dos rapazes Sebastião e Antônio Rangel e da mãe e uma sobrinha destes. Praticado o crime, Calaça atribuiu o mesmo a quem bem entendeu, envolvendo na trama uma dezena ou mais de pobres agricultores que inocentemente pagaram caro a injúria nas mãos do tenente Silvino, muitos deles com a morte.
Descoberta pelo então juiz de direito da capital, Dr. Henrique O'Reilly de Sousa, no sumário de culpa, a trama urdida por Calaça, foram absolvidos os indigitados criminosos, ficando Calaça como único responsável pelo crime que praticara, utilizando-se para a sua execução de mão de pilão, machado, punhal e outras armas com que liquidou aquela pacata família que o havia abrigado em sua casa, como filho.
Cuaca - Antiga fazenda de propriedade do padre Pestana e de seus irmãos. Ali residia Joaquim Pinto de Sant'Ana, irmão daquele sacerdote, que dirigiu o município em 1889, e a quem coube presidir a memorável sessão de 23 de novembro daquele ano que aceitou como fato consumado a Proclamação da República. Possui uma escola de primeiras letras.
Formate - Povoação assim denominada pelo rio que lhe deu o nome, também chamado Itaquari. Está situada às suas margens, de onde a fertilidade de suas terras. Nela residiu durante muitos anos o coronel Nunes Ferreira que ali possuía uma grande fazenda com muitos escravos e casa comercial. Está ligada à sede pela estrada Viana-Formate, por onde escoa a sua enorme produção agrícola para a capital do Estado. Foi até 1930 um grande reduto comercial do município. Possui uma escola primária.
Glória - Antiga povoação onde possuía o major Costa Júnior uma excelente propriedade rural, com intenso movimento comercial. Foi residência, de 1920 a 1922, do então prefeito Basílio Pimenta Filho que a adquiriu para campo de experimentação da cultura do arroz.
Perto dela está a velha povoação de Lama Preta, que foi sede de uma escola de primeiras letras por força da lei n° 32, de 29 de junho de 1858, hoje já suprimida. Nessa escola pontilharam eminentes professores e muitos vianenses ilustres adquiriram os seus primeiros ensinamentos.
Itaquari - Antiga povoação. Ali foi criada por lei n° 03, de 03 de julho de 1861, uma escola pública que hoje ainda existe, como naquele tempo, destinada tanto aos escolares de Cariacica como aos de Viana. Sobre o rio Formate veem-se as muralhas de uma ponte mandada construir conforme planta do engenheiro Frederico Willner, em época anterior a 1878.
Itaúnas - Povoação nas cercanias do monte Itaúnas, nos limites entre Viana e Guarapari, às margens da estrada entre Araçatiba e aquele município vizinho. Com o povoado de Dois Morros, que lhe fica anexo, constituiu logo após a morte de Sebastião Vieira Machado uma importante fazenda de seu filho Marcelino Vieira de Gouvêa. Além da majestade que naturalmente ainda ostenta o Itaúnas, como gigante dominando a região, nada mais se observa ali do seu antigo esplendor. Hoje é um pequeno núcleo de população.
Jatitá - Pequeno povoado distante quatro quilômetros da sede onde residiu antigo político de prestígio do município, o alferes Matias de Almeida Coutinho. Possui uma escola de primeiras letras.
Jacarandá - Era a princípio uma grande fazenda de Manoel Vieira Machado Guimarães, filho do coronel Sebastião Vieira Machado, de Araçatiba. Possuiu no tempo daquele fazendeiro uma das mais bem montadas usinas de açúcar e aguardente da Província, movida a vapor. Reduto destacado de produção agrícola. Está ligada à estrada Pedra da Mulata-Araçatiba que lhe oferece transporte fácil com Viana e com Vitória, através da estrada Araçatiba-Vitória. A instrução pública é servida por uma escola primária. Possui uma capela católica dedicada a S. João Batista. Ali residiu durante muitos anos o coronel Silvio Manéglia, vereador e prestigioso político, com importante casa comercial.
Jucupitanga - Antiga fazenda, hoje povoação, onde sempre viveu o tenente Joaquim Pereira das Neves Rangel, um dos fundadores do município, de cujo governo tomou parte, como vereador. Exerceu depois vários cargos e funções eletivas, dentre as quais a de juiz de paz. Faleceu a 12 de junho de 1890, com 76 anos de idade.
Lapinha - Povoado na estrada Viana-Pedra da Mulata, às margens do Jucu, distante seis quilômetros da sede municipal. Tem o seu nome ligado ao fato de ter sido ali, em tempos remotos, o lugar onde se realizava, com mais frequência, essa tradicional festa natalina que lhe deu o nome. Era antigamente uma parte da fazenda de Manoel Pereira Pimentel. Possui atualmente 15 ou mais famílias de agricultores.
Mamoeiro - Pequena povoação no 2° distrito, distante poucos quilômetros da vila de Araçatiba. Sede de uma escola pública. Localizada às margens do rio Jacarandá, as suas terras são um abundante celeiro de produtos agrícolas que são escoados para a capital por via fluvial e pela estrada Araçatiba-Vitória.
Morro do Óleo - É uma povoação das mais conhecidas do município, muito próxima da sede, cujo nome se originou da grande quantidade da madeira que lhe deu a denominação. Excelente lugarejo, admirado pela fertilidade de suas terras, onde ainda se encontram extensas matas virgens. Com as terras de S. Bento e Balestrero forma uma região agrícola das mais importantes, já experimentada no plantio do arroz em grande escala, como também do milho e do feijão. Até 1927 produziu com abundância o café. Dentro de seus limites possuiu o coronel Vieira Pimentel uma importante fazenda, hoje pertencente a seu filho, o Dr. Olival Pimentel.
Mucuri - Lugar onde existiu até há poucos anos uma importante fazenda de propriedade dos irmãos Anésio e Emídio de Freitas Lira, que ali nasceram e residiram durante toda a sua vida. Região riquíssima, produtora de cereais e cana e que em tempos passados era habitada por mais de 30 famílias de lavradores agregados dos irmãos Lira. Havia ali um engenho de fabricação de aguardente e açúcar. Essa região, situada de um e outro lado do rio Jucu, compreendia as fazendas de Paraíso e Jucuruaba, onde hoje está localizado o campo de Demonstração Agrícola Federal. Era servida antigamente por uma grande ponte de madeira sobre o rio Jucu.
Pau Lavrado - Povoação situada às margens da estrada Pedra da Mulata-Araçatiba, no local em que essa estrada serve de entroncamento à estrada de Jacarandá. Antes de 1930 era uma povoação bastante animada pelo número de habitantes que possuía, todos agricultores. Era ali o lugar onde se reunia, para seus ensaios semanais, a Banda Musical de Araçatiba, uma das mais antigas da Província fundada, ao que parece, ao tempo do coronel Sebastião Vieira Machado. Possuía uma escola primária que depois foi extinta, pelo abandono em que ficou a povoação. Hoje do antigo Pau Lavrado, na saudade que nos ficou do seu antigo esplendor, nada mais resta senão duas ou três famílias.
Perobas - Assim denominada pela grande abundância de madeira dessa qualidade que existia em suas matas primitivas. "Devia passar perto dela a estrada que se principiou a fazer entre a cidade de Vitória e a Província de Minas Gerais", assim descreve Cezar Marques. Possui uma escola primária.
Peixe Verde - Antiga povoação do município ligada à sede pela ponte de S. Rafael. Ali residiu, como também faleceu em 1910, Mariano Ferreira de Nazaré, que possuía importante fazenda hoje pertencente aos seus descendentes. Com a povoação de Taquaras, onde existe uma capelinha católica dedicada a N. S. da Penha, forma uma rica região coberta em grande parte de florestas virgens, que ficou durante muitos anos em abandono pela falta da ponte referida (1937-1951). Representa uma das grandes esperanças do município. Possui uma escola primária.
Pedra da Mulata - Uma das mais pitorescas e aprazíveis povoações do município, notável pelo incremento que sempre deram à agricultura os seus habitantes.
Deriva-se o seu nome, segundo versão antiga, de uma pedra de sobre a qual caíra ao rio, morrendo afogada, uma filha de uma das famílias ali residentes e que tinha, em casa, o apelido de Mulata.
Foi o lugar que mais contribuiu com seus homens para o progresso do município e quiçá do Estado. Ali nasceram Joaquim Francisco Pinto Ribeiro e Fernandes Ribeiro, o primeiro vereador de 1883 a 1886, falecido a 18 de dezembro de 1892, e o segundo eleito em 1868, notável pela sua cultura e pela influência que exerceu na Câmara Municipal, naquela época, como seu secretário, Ormindo de Oliveira Barcelos, vereador em várias legislaturas e chefe do Executivo em 1928. Foi residência, durante quase meio século, de Domingos Vicente, grande líder que governou o município de 1870 a 1876 e de Manoel Joaquim de Oliveira Bastos, antigo político militante, com os irmãos Ribeiro, do grupo chefiado por Domingos Vicente.
Possui uma grande ponte sobre o rio Jucu, cuja construção não se sabe de quando data, por se terem extraviado as folhas de livro em que talvez estivesse mencionada.
Com as terras que lhe ficam anexas, compreendendo as fazendas de Água Branca, Boa Esperança e a velha fazenda de Crubixá, Pedra da Mulata constitui uma das regiões mais férteis que existem no município, às margens do Jucu, numa extensão de mais de mil hectares de terras aráveis em sua maior parte. É ainda uma esperança nova do município.
Nas suas proximidades encontra-se a cachoeira da Fumaça destinada ao desenvolvimento industrial da região, em futuro próximo. Possui uma escola primária, desde 1860.
Por iniciativa do vereador Deoclides Pereira, está sendo construída ali, com auxílio do povo, uma capelinha católica dedicada ao glorioso S. Sebastião.
Pimentas - Povoação à margem da Leopoldina e da estrada Viana-Vitória, por onde se escoa abundante produção agrícola. Tem o seu nome ligado ao tempo da fundação de Viana, pois consta das cartas de sesmarias doadas aos colonos que nela se estabeleceram em 1813, dentre eles os ascendentes de Mariano Ferreira de Nazaré e Melécio Alano de Souza, que eram parentes e filhos da povoação, descendentes de famílias açorianas. É ainda um grande centro de produção agrícola e pastoril do município, abrangendo as terras do lugar Ribeira, onde existem uma escola primária e um curso de alfabetização de adultos.(2)
Pirão sem Sal - Antigo lugarejo ao pé da serra de Altamira. Nas suas imediações foi construído um prédio escolar. É servido por uma estrada de rodagem.
Ponte de Jucu - Lugar onde residiu Guilhermino Francisco de Medeiros, antigo vereador à Câmara Municipal, no tempo do Império, e descendente dos antigos açorianos que colonizaram o município. É ali que os dois braços do Jucu, norte e sul, se juntam formando o grande volume de água que possui o rio. Ali foi construída em 1895 uma estação da antiga Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, hoje Leopoldina, notável pelo comércio que desenvolveu, para cujo movimento foram feitas, além da ponte de ferro, duas outras pontes de alvenaria e madeira, cujas muralhas ainda existem nas suas imediações, sobre o Jucu. Era o ponto de escoamento de grande quantidade de café para os grandes centros comerciais.
Hoje é uma zona completamente abandonada, em virtude do êxodo dos campos ocasionado pelas leis sociais que só ampararam os trabalhadores das cidades.
Possui uma escola de primeiras letras.
Porto da Igreja - Está esse lugar ao lado do sul da cidade, em suas proximidades. Foi outrora um porto de grande movimento, às margens do Santo Agostinho, por onde trafegavam canoas para Vitória, através do rio Jucu.
Ali desembarcaram em 1816 os materiais utilizados na construção da Matriz como também os utensílios religiosos enviados pelo governador Rubim e a imagem de N. S. da Conceição, em 1846. Foi um grande empório comercial durante muitos anos, quando ali residiu o capitão Firmino de Siqueira Varejão, popular animador das festas de S. Benedito, com a puxada do mastro, batucada e diversões outras de que ainda se tem lembrança. O velho Firmino faleceu a 16 de setembro de 1939, com 93 anos de idade.
Nas imediações desse lugarejo encontram-se os lugares Alecrim, Jacarandá e Retiro, este último que constituiu um grande povoado de mais de 20 famílias de agricultores, hoje dali afugentados pelo abandono em que ficou a lavoura.
Piapitangui - Antiga povoação do município, onde em 1863 já havia uma escola primária, hoje suprimida. Até 1924 foi um grande centro comercial do município. Está sendo construída uma pequena estrada que visa canalizar a sua produção agrícola para Vitória através da estrada Viana-Vitória.
São José do Monte Verde - (Antigo S. Paulo de Baixo) - Pequeno povoado onde existe uma escola pública e uma capela católica construída em 1941, ao tempo em que já era vigário o padre Othon Meeting, dedicada ao glorioso S. José.
Foi até 1930 um reduto comercial e agrícola dos mais importantes do município.
São Paulo - Extensa região onde se encontra um povoado que é servido por uma estrada de pedestres até a povoação Formate, passando por S. José do Monte Verde. Possui uma belíssima capela católica dedicada aos apóstolos S. Pedro e S. Paulo, pertencente eclesiasticamente à paróquia de Cariacica. Durante muitos anos, de 1914 a 1938, esteve sob o domínio de Cariacica, conjuntamente com as povoações de Alegre, Piaíba e Bico do Grilo, que lhe ficam anexas, sob cuja jurisdição caiu em decadência. Foi uma das melhores zonas produtoras de café do município. Hoje S. Paulo está recuperando o seu antigo esplendor, tornando-se um rico celeiro de produtos agrícolas.
São Rafael - Povoação onde existem as muralhas de uma grande ponte sobre o rio Jucu, medindo 44 metros de comprimento, lembrando o vulto benemérito de Rafael Pereira de Carvalho. Nas suas vizinhanças estão as fazendas de Córrego Fundo e Caramuru, a primeira antigamente de propriedade do major João Francisco Pimentel, antigo político que governou o município na legislatura de 1865 a 1868, falecido a 22 de setembro de 1912, com 80 anos de idade, depois de ter abandonado a política, e a segunda onde residiu Silva Moreira, velho político e vereador em várias legislaturas, falecido a 20 de setembro de 1891, com 48 anos de idade.
Tanque - Antigamente importante fazenda do coronel Inácio Pereira Duarte Carneiro, o intrépido sertanejo que, enfrentando toda a sorte de obstáculos, levou até o final a construção da grande estrada de S. Pedro de Alcântara, iniciativa do governador Rubim para ligar a Província do Espírito Santo à de Minas Gerais. Duarte Carneiro, por esse serviço relevante prestado à causa pública, foi nomeado sargento-mor graduado em tenente coronel. Foi deputado à primeira Assembleia Provincial, em 1835, comandante das armas da Província em 1822 e 1829, além de outras funções importantes que desempenhou. Seus descendentes ainda residem, na sua maior parte, no município, onde sempre foram radicados. Um dos seus netos, o major Santos Rangel, fazendeiro solteirão e político de largo prestígio do grupo Domingos Vicente, foi vereador de 1869 a 1872, tendo falecido a 13 de outubro de 1885, com 54 anos de idade. Possui uma escola primária, instalada em belíssimo prédio recentemente construído.(3)
Viamão - Lugarejo às margens do Jucu, compreendendo rica zona produtora de cereais habitada por agricultores que se dedicam ao comércio de sua produção com a capital do Estado, através da estrada Vitória-Araçatiba. Atualmente a prefeitura está auxiliando a construção de um trecho de estrada que deverá dar melhor comunicação com aquela rodovia, facilitando mais o escoamento dos produtos agrícolas da região.
Notas
(2) Depois de ter exercido no município as funções de vereador em duas legislaturas (1883 a 1886 e de 1886 a 1900), membro do Conselho de Intendência, em 1891, e chefe do Executivo Municipal, em 1899, Melécio de Souza afastou-se definitivamente da política, tendo falecido a 12 de agosto de 1913, com 60 anos de idade. Seus descendentes vivem até hoje na mesma fazenda, de onde nunca se retiraram.
(3) Como o coronel Sebastião Vieira Machado sobre quem já nos referimos nesta obra, o coronel Duarte Carneiro foi um dos grandes vultos da Província, constituindo ambos um penhor de glória para Viana, através dos serviços que prestaram à coletividade espírito-santense.
Empório Capixaba Projetos Culturais, 2012
Realização
Empório Capixaba Projetos Culturais
Organização e Coordenação Editorial
Diovani Favoreto
Assessoria Técnica
Cleima Lima Rabelo
Estudos Introdutórios
Paulo Stuck Moraes
Revisão de Texto
Mário Luiz Fosse
Foto Capa
Arquivo da Secretaria de Comunicação de Viana Estação Ferroviária de Viana, Centro - Viana
Projeto Gráfico e Editoração
Pablo Carneiro
Impressão e Acabamento
Gráfica e Editora JEP
Fonte: Subsídios para o Estudo da Geografia e a da Historia do Município de Viana (2012) – Primeira Edição em 1951
Autor: Heribaldo L. Balestrero
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2019
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
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