Mapa da Capitania do Espírito Santo – Atlas Manuscrito de 1631 - Parte I
Este foi o mais antigo documento que compulsamos, mas na verdade, é uma cópia do original que se encontra em poder da mapoteca do Ministério das Relações Exteriores (Biblioteca do Itamarati). Como Ra comum, a escala está consignada em léguas portuguesas; a légua atualmente equivale no Brasil a 6.600 metros e em Portugal a 6.200 metros. Como o mapa é muito antigo existe a possibilidade de que a correspondência em metros não confira com a atual medida.
O autor deste atlas manuscrito é o cartógrafo português João Teixeira Albernás, o velho, pois que o seu filho, também cartógrafo, tinha o mesmo nome, daí porque usa-se pospor ao nome do pai o algarismo romano I e ao filho, II.
Estão gravadas no mapa nomes de vários locais que hoje ainda permanecem inalterados, como a ilha dos Franceses, na altura do município de Anchieta; ponta de Tubarão; rio Reis Magos; rio Cricaré; rio Mucuripe. O rio Itapemirim aparece sem a letra “m” no final. Aparece a representação da Serra das Esmeraldas a oeste, mais distante do litoral.
Continuando, neste mapa, há o desenho da ilha de Vitória, bem assim como parte do continente em seu entorno.
Como Vitória era tão pequena naquela época, o Pão da Sucar (o nosso Penedo), encontra-se assinalado fora do sítio citadino, pois Vitória não atingia nem as proximidades do nosso Pão de Açúcar. Separando a ilha de Vitória do continente está gravado o rio de Maroype.
Está assinalado no canal de acesso a Vitória o forte de São Miguel, na ilha de Vitória.
Não há coordenadas geográficas nos três mapas aqui descritos, apenas a indicação do Norte geográfico.
Um dos documentos tem por título original, no português antigo, o seguinte: Topografia da Barra e do Espírito Santo o qual dá nome a toda capitania para se verem como (...) todas as vilas fortalezas. Referido documento é de autoria do engenheiro José Antônio Caldas, tendo sido elaborado quando da visita feita à nossa terra, por ordem do governador geral da Bahia.
Esse documento, ao que tudo indica, deve ser um dos primeiros trabalhos cartográficos do nosso território, mostrando, inclusive, a baía do Espírito Santo.
O original encontra-se na Biblioteca da Ajuda (Portugal). Encontra-se a reprodução no livro de José Teixeira de Oliveira, História do Estado do Espírito Santo, 2ª edição, 1975.
Outro documento de valor histórico é o mapa intitulado “Costa do Espírito Santo ao Cabo de São Tomé” (no original, Costa do Sprito Santo ao Cabo D: S: Thomé). Trabalho de João Teixeira Albernás, datado de 1666. O autor era cartógrafo e filho de João Teixeira, e neto de Luís Teixeira, estes também cartógrafos. Todos os três realizaram trabalhos cartográficos sobre o Brasil.
Segundo nos informa José Teixeira de Oliveira, o mapa original é uma carta manuscrita, aquarelada, com toques de ouro. Predominava os tons de amarelo, azul alaranjado e roxo, com traços a ouro.
Devido ao idioma português antigo os nomes atuais de alguns lugares do nosso território têm grafias diferentes como Goropari (Guarapari).
Cópia em preto e branco, modesta se comparada ao original, conforme já nos referimos. A escala gráfica, conforme o costume da época, é consignada em léguas portuguesas.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, nº 61 - 2007
Autor: Ricardo Brunow Costa
Compilação: Walter de Aguiar Filho, novembro/2011
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