Novas vilas do ES em meados do Século XVIII
Importa em longo estudo, digno, aliás, da atenção de um pesquisador do nosso passado, a transformação das aldeias jesuíticas em vilas e cidades. O tema merece demorada dissertação cheia de atrativos, principalmente quando se trata de deslindar a evolução dos antigos moradores, através dos seus descendentes, no sentido da civilização européia, no caso a organização político-social do ocidente.
Temos, no Espírito Santo, dois exemplos puros de antigas aldeias fundadas pelos inacianos e que se tornaram núcleos populosos, podendo-se avaliar sua importância pela maneira por que se destacaram na História da Capitania. Iriritiba e Reis Magos são seus nomes. A primeira, tão lembrada e reverenciada por ter sido – segundo a tradição – fundada por José de Anchieta, tendo-o acolhido nos últimos anos de vida, foi elevada à categoria de vila por alvará de primeiro de janeiro de 1759.(15) A segunda teve aquele mesmo predicamento no ano anterior, ou, mais precisamente, a oito de maio de 1758, recebendo a denominação de Nova Almeida.(16) Tais atos traduziam o reconhecimento oficial de situação de fato, isto é, da existência de núcleos mais ou menos populosos.
Era a expansão, embora a passos lentos.
NOTAS
(15) - JOSÉ MARCELINO, Ensaio, 202. Informa o autor que o alvará citado no texto só teve execução a catorze de fevereiro de 1761, pelo ouvidor Francisco de Sales Ribeiro (op. cit., 202). Foi, então, dado à povoação o nome de Vila Nova de Benevente, tirado de uma vila portuguesa. Em homenagem ao Apóstolo do Brasil, “passou a ter o nome de Anchieta, e foi elevada a cidade por Lei provincial número seis, de doze de agosto de 1887, instalada em dois de dezembro de 1887. Foi criada comarca em dezessete de abril de 1890” (LAMEGO, Efemérides, I, 9).
(16) - Em verdade, há dúvida sobre a data do alvará que criou a vila de Nova Almeida. Os documentos que constituem o Livro Tombo da Vila de Nova Almeida não esclarecem o assunto, embora permitam concluir pela data de oito de maio de 1758. MARQUES (Dicion. ES) refere-se a dois de janeiro de 1759; PENA (História, 180) é do mesmo parecer. DAEMON (Prov. ES, 165) adota oito de maio de 1758; RUBIM (Notícia, 342), idem.
– A vila foi instalada aos quinze de julho de 1760 (DAEMON, op. cit., 169).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, junho/2018
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