Morro do Moreno: Desde 1535
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O Convento da Penha perante a crítica histórica

Placas de mármore, em homenagem pelos milagres e graças alcançadas

Em vésperas do IV Centenário da santa morte do Frei Pedro Palácios, OFM fundador do santuário da Penha do Espírito Santo, vem a propósito um estudo crítico sobre a origem do mais visitado templo mariano dos capixabas, o qual desde tempos imemoriais tem atraído a atenção de romeiros e turistas, de escritores, artistas e poetas.

Ao lado dos parcos dados históricos criticamente provados, o Convento da Penha oferece margem a muitos assuntos lendários, como que enchendo as lacunas, deixados, nos seus anais, e obedecendo à regra geral de os primórdios dos antigos santuários quase sempre se ocultarem na misteriosa penumbra de piedosas lendas que também envolvem as figuras dos santos fundadores como, no caso presente, a do ermitão franciscano Frei Palácios.

Sem pretendermos impugnar ou abolir as lendas tanto do gosto popular que passam de geração em geração, procuramos, no entanto atender às exigências da crítica moderna distinguindo rigorosamente os fatos lendários dos que são reconhecidos pela história.

Outrossim, desejamos prosseguir nas pesquisas encetadas por historiadores antigos e modernos recompondo aos poucos o glorioso passado deste baluarte da religiosidade capixaba e animado a outros estudiosos a que se ocupem dos vários aspectos folclóricos e religiosos ligados ao santuário da Penha (1).

Não se discute a importância histórica do Convento da Penha; pois, ele recorda vivamente os primórdios da nossa religiosidade, notadamente a catequese dos silvícolas e a vida eremítica modelar de Frei Palácios, o qual, durante os doze anos de sua permanência no Espírito Santo, impôs-se à admiração e veneração dos capixabas. Ademais, os quatro séculos de existência deste templo votivo representam uma cadeia ininterrupta de preces, novenas, promessas, romarias e ações de graças, desde os contemporâneos de Frei Pedro até os romeiros da atual era atômica.

A silhueta do Convento da Penha gravada na imaginação dos capixabas acompanha a estes, em todas as situações importantes da vida, lembrando-lhes o poder sobrenatural e a intercessão infalível da Senhora da Penha quando invocada com filial confiança.

O maravilhoso panorama que se divisa do alto da Penha Sagrada parece ter sido criado expressamente para realçar o trono de Maria Santíssima e para recordar a onipotência do divino Criador, que nada pode negar à sua Mãe virginal, intitulada a Onipotência suplicante.

Lendas e fatos históricos

A lenda piedosa tem uma história remota e universal, não se limitando a um continente, mas dominando todo o orbe terrestre cristão (2). Assim como a religião católica nos veio da península ibérica, de lá também recebemos o legado de muitos costumes religiosos, devoções e tradições. Eis o caso de muitos fatos que a lenda combina com a origem do Santuário da Penha e que uma geração transmitiu à outra até nossos dias à primeira vista, podem tais lendas parecer patrimônio nosso autêntico. Na realidade, porém, remontam à idade média, quando já encontram aplicação a igrejas e capelas da velha Europa.

Vejamos o pitoresco acontecimento do painel mariano desaparecido da ermida de Frei Palácios e por este ansiosamente procurado até encontrá-lo no cimo do morro, entre as duas palmeiras que o franciscano reconheceu como sinal para levantar a capela da Penha e nesta certeza se viu confirmado por duas repetições seguidas do painel sumido e novamente achado no mesmo local, entre as palmeiras (3). Ao observador superficial parece um fato típico da Penha; pois, quando de sua chegada à altura de Vila Velha, o piedoso franciscano, ainda a bordo, teria divisado o sinal que Nossa Senhora lhe confiara, a saber as duas palmeiras, como ponto marcado para a construção da futura capela. E no entanto, casos, idênticos contam-se, muito antes, na Europa e ao mesmo tempo no Brasil.

E que a piedade popular, em séculos idos, se comprazia em atribuir às igrejas uma origem milagrosa, repetindo para esse fim as narrações herdadas da Europa e em particular de Portugal. Lembremos apenas a mesma versão do desaparecimento e do reencontro de imagens segundo consta em zonas muito distantes como p. ex. em Campo Formoso - Bahia, Santo Antônio dos Montes - Pernambuco e Alenquer - Pará, onde a imagem, de St. Antônio teria recorrido à esse mesmo meio para determinar o local da capela desejada(4).

O sino que, sem ser tocado por mãos humanas, teria anunciado a morte do ermitão franciscano representa outro exemplo universal de lenda aplicada a varões santos.

A tradição oral dos capixabas saberá muitas outras expressões da crença popular que talvez nunca tenham sido escritas atestando, porém a predileção pelos jatos milagrosos e enchendo de poesia a, vida monótona de cada dia. Longe de menosprezarmos as lendas propomos aqui aos estudiosos de folclorismo o trabalho interessante de reunir tudo quanto o povo conta a respeito da Penha e de Frei Palácios para descobrir o profundo sentido religioso, moral e social, a exemplo das parábolas do Novo Testamento e das fábulas de todos os continentes.

Equívocos e anacronismos

Um dos primeiros cronistas franciscanos a escrever sobre a Penha foi Frei Manuel da Ilha, OFM, frade português que nunca veio para o Brasil, mas, baseado em notícias e escritos de outros religiosos da custódia brasileira, compôs em 1621 a sua "Relação"(5). Apesar de ter aproveitado fartamente a "Crônica da Custódia do Brasil" da autoria de Frei Vicente do Salvador, o franciscano lusitano caiu vítima de vários equívocos. Também a respeito da origem do santuário da Penha, Frei Manuel da Ilha engana-se afirmando que Frei Palácios teria encontrado a capela mariana já construída por outro devoto de Nossa Senhora. Trata-se de erro patente; pois, nenhum dos outros autores nega a Frei Pedro Palácios a glória de ter fundado o santuário a começar pelo Pe. José de Anchieta, S. J. que diz textualmente (6):

"Esta ermida, edificou-a um castelhano sem ordens sacras, chamado Frei Pedro, frade dos capuchos, que cá veio com licença de seu superior, homem de vida exemplar, o qual veio ao Brasil com zelo da salvação das almas..."

Tanto o Pe. Anchieta como Frei Vicente do Salvador mencionam que a ermida ou capela tinha uma abóbada e se chamava N. Sra. da Penha, distinguindo-a destarte da outra ermida que Frei Pedro levantou no chamado campinho e chamou de São Francisco. Lapso idêntico se acha reproduzido na enciclopédia Barsa  (7), que considera o convento da Penha obra dos jesuítas; se assim fosse, o Pe. Anchieta não abriria a fundação do santuário a Frei Palácios, mas sim, aos confrades da Companhia de Jesus.

Outro equívoco ocorreu, em 1864, a Frei Teotônio de Santa Humiliana, OFM, último guardião do convento da Penha, durante o século XIX, que mandou perpetuar numa pedra de mármore algumas datas principais de Frei Palácios, atribuindo-lhe por engano a construção do convento que na realidade surgiu, 80 anos após a morte do ermitão ou seja em 1650, e errando também o ano do falecimento que, em lugar de 1575, deve ser 1570. Baseado provavelmente sobre o lapso de Frei Teotônio, o famoso pintor Benedito Calixto cometeu o anacronismo de fazer figurar o convento da Penha no quadro a óleo que ilustra a invasão holandesa de Vila Velha, em 1643 (8).

Seja permitido chamar a atenção para o termo "Convento da Penha" impropriamente empregado pelos capixabas para indicar todo o conjunto arquitetônico do templo mariano e da contígua residência franciscana; para evitar equívocos será preferível distinguir nitidamente as duas partes do conjunto, cada vez que se relate um fato da época do santuário anterior à fundação do convento ou seja, entre 1558 e 1650.

A Invocação mariana festejada pelos capixabas

Todos aceitam a tradição multissecular de que Frei Pedro Palácios trouxe da Europa um painel de N. Senhora, sem que autor algum relate a procedência ou a invocação por ele representada. Eis mais um ponto a esclarecer com objetividade e critério.

A primeira vista, parece indubitável que a invocação do painel seja de Nossa Senhora da Penha. Mas, aqui temos que respeitar a origem dessa devoção, de vez que existem muitos santuários da Penha com as imagens mais diferentes, tanto na Espanha, pátria de Frei Palácios, como em Portugal, onde ele demorou alguns anos, na então custódia franciscana da Arrábida, antes de embarcar para o Brasil (9). Pois, desde o século XII, já era comum na Europa a invocação da Penha.

Segundo contam os autores antigos, esse mesmo título se aplicava, todas as vezes que uma capela ou igreja se erguesse sobre um alta rochedo, havendo assim os santuários espanhóis da Penha em Alfajarin do Aragão, Anies, Brighuega na Castilha, Calatayud, Graus, Murillo de Galego, S. Juan e Verga, além do que chamam "de França" e situado na região de Salamanca (10). Também Portugal invoca a SS. Virgem, sob o nome da Penha ou da Pena, como no santuário de Cintra cuja imagem mariana, segundo o Pe. Cardin, S. J. se parece muito com a de Vila Velha (11), no castelo de Leiria e em Guimarães (12).

Pelo que foi dito, o título "da Penha" primitivamente se referia mais à localização da respectiva igreja mariana do que a algum mistério da vida de Maria. Santíssima, havendo, por motivos análogos, santuários chamados "do Monte", "da Serra", "da Escada", "do Prado" etc. Comparando as várias imagens de N. Senhora da Penha, umas com as outras, verificamos grandes diferenças entre elas, com exceção às efígies da "Penha da França" que quase sempre apresentam, aos pés da Virgem, um homem ameaçado por um crocodilo, ao passo que a de Vila Velha deixa de apontar essa característica.

As igrejas de Nossa Senhora da Penha de França existentes no Brasil são muito mais recentes do que o santuário de Vila Velha. Senão, vejamos: a igreja da capital de S. Paulo data dos começos do século XVII, a da Guanabara de 1635 (13), a do Recife de 1656 (14), a do Crato, hoje catedral, de 1740 (15) e a de Itapagipe - Salvador de 1741 (16).

Resumindo, concluirá o inteligente leitor que a exemplo de Portugal e Espanha, os capixabas chamaram a capela construída por Frei Pedro Palácios de "Nossa Senhora da Penha" pelo simples fato de ter sido erguida numa rocha ou penha. Se existir alguma relação da invocação da Penha de Vila Velha com outra, esta só pode ser com a de Cintra.

Examinemos afinal os dados relativos à tradicional festa mariana de Vila Velha. Frei Vicente do Salvador e Frei Manuel da Ilha contam já em 1621, que Frei Palácios celebrava regularmente a festa e que, no fim da vida, predissera a sua morte para logo depois da solenidade (17). De fato, Frei Jaboatão confirma que Frei Pedro faleceu, a dois de maio de 1570, pouco depois da festa anual de Nossa Senhora (18).

Frei. Antônio da Piedade, OFM afirma, por sua vez, que se trata da festa de Nossa Senhora dos Prazeres, tradicionalmente celebrada, na segunda feira depois da pascoela (19). Esta devoção é bem litúrgica; pois, cultua os mistérios gozosos e gloriosos do Rosário e da Coroa franciscana, relembrando os passos principais da vida e glória de Jesus e Maria, desde a Anunciação até a Coroação da Virgem no céu. Realmente a devoção para com os Prazeres de N. Senhora é antiqüíssima, enriquecida que foi de indulgências plenárias pelo Papa Leão X (1513 - 1521) (20).

A referida data da festa de N. Senhora dos Prazeres não é privativa do santuário de Vila Velha, sendo também observada em outros santuários, nomeadamente no dos Prazeres de Pernambuco. Entretanto, a festa de N. Senhora da Penha de França celebra-se geralmente no primeiro domingo de setembro, ao passo que os capixabas conservam a data festiva herdada de Frei Pedro Palácios.

Feitas essas considerações, será porventura temerário supor que o painel mariano trazido por Frei Palácios represente a devoção para com Nossa Senhora dos Prazeres? Aceitando as razões alegadas, concluiremos: 1. a invocação que, desde a fundação do primitivo santuário de Vila Velha, se tem festejado vem a ser a de Nossa Senhora dos Prazeres; 2. o título sugestivo que os capixabas têm dado a Maria Santíssima, em virtude da localização do santuário erigido sobre o rochedo é Nossa Senhora da Penha (21).

Costumes pagãos assimilados

Visitando a chamada "casa dos milagres" ou ex-votos da Penha, lá achei algumas tranças de cabelo como testemunho de gratidão. Não estranhei o achado; pois, já estava buscando esses "milagres" tão familiares aos romeiros, ficando satisfeito em poder estabelecer a relação dos ex-votos com Frei Pedro Palácios, por meio das tranças; do mesmo modo que o painel, a imagem e a capela-mor do santuário recordam a profunda devoção mariana do ermitão franciscano, os ex-votos em forma de cabelo lembram as fainas missionárias de Frei Palácios entre os Aimorés das aldeias vizinhas a Vila Velha. E, diga-se de passagem, que, após a exposição de várias tradições herdadas da Europa, trataremos afinal de um costume genuinamente brasileiro.

A exemplo de outros missionários, o nosso ermitão-catequista Frei Palácios explicava aos silvícolas as verdades principais da religião católica, recomendando a um tempo a prática dos costumes cristãos e a abolição dos usos pagãos incompatíveis com os princípios cristãos, tais como a antropofagia, a poligamia, os cultos pagãos etc.

Observando, porém, costumes que não contrariassem propriamente a doutrina ou a moral cristã, o franciscano tolerava-os procurando assimilá-los aos poucos. Foi este, o caso do culto aos antepassados, mui popular entre os índios e paulatinamente transformado na devoção cristã para com as almas do purgatório. Daí a sua aceitação geral, já no tempo de Frei Vicente do Salvador; de modo que a refere na História do Brasil (22).

Assim como os nossos missionários observam hoje ainda, entre os índios da Amazônia, o corte do cabelo em sinal de luto, também Frei Palácios terá descoberto esse belo costume que por sua vez baseia na crença primitiva de ser o cabelo considerado símbolo ou mesmo sede da saúde e da fertilidade, provavelmente em virtude do seu rápido crescimento (23). E também aqui se deu a assimilação ou cristianização de um uso, graças à condescendência do ermitão-missionário, sobrevivendo como ex-voto até os nossos dias.

Partindo do conceito da fertilidade simbolizada pelo cabelo é que os casais imploram à Senhora da Penha a prole desejada, se esta lhes faltar além do tempo normal. E desde já, prometem à Mãe de Deus o sacrifício das tranças de seu primogênito, em sinal de reconhecimento. Uma vez atendido o voto, ficará a criança sete anos ou mais tempo sem cortar o cabelo, ainda que seja menino, ate que num belo dia de romaria será sacrificado a Nossa Senhora, no próprio santuário. Talvez não haja outro ex-voto tão expressivo e repleto de simbolismo como as tranças expostas na casa dos milagres.

Dispensando longas considerações sobre esse modo aparentemente ingênuo de honrar à Senhora da Penha, desejamos apenas ressaltar que o sacrifício do cabelo constitui uma viva recordação das fainas catequéticas de Frei Palácios e das sábias assimilações de costumes indígenas. Destarte, o missionário franciscano contribuiu para a conservação de usos significativos que, até o dia de hoje, nos permitem penetrar na alma dos nossos silvícolas e interpretar-lhes o modo concreto de raciocinar, além do raro simbolismo que encerram (24).

O costume de origem brasílica assimilou-se ao modo cristão de pensar e sentir com a Igreja e, uma vez cristianizado, foi adotado também pelos colonos portugueses e pelas demais raças estabelecidas no Brasil - colônia.

Quantos outros usos remontarão ao tempo de Frei Pedro Palácios, sem que percebamos?! Vale a pena pesquisar e estudar a matéria para sabermos apreciar as fontes da brasilidade relacionadas com e ermitão-missionário e fundador da Penha.

Justamente a casa dos milagres representa um verdadeiro escrínio de costumes multisseculares, porque é através do ex-votos que fala a alma cristã e ingênua do povo, expressando-se na linguagem concreta do simbolismo primitivo, que Frei Pedro preservou da brusca extinção e fomentou — embora talvez inconscientemente — pela fundação da Penha sagrada. E o IV Centenário da morte de Frei Pedro Palácios convida para voltarmos às fontes e às raízes da brasilidade e para devidamente valorizar mos a gigantesca obra civilizadora realizada pelos pioneiros da catequese no Espírito Santo e em todo o Brasil.

APÊNDICE

Efemérides da Penha (Santuário e Convento): 1° século

1558 — Trazendo um painel de Nossa Senhora chega a Vila Velha o irmão franciscano espanhol Frei Pedro Palácios, disposto a levar vida de ermitão e de missionário. Aos poucos, levanta a capela de São Francisco no chamado "campinho" e em seguida a de Nossa Senhora, no ponto mais alto do mesmo morro.

1570 — Chega a imagem de N. Senhora, celebrando Frei Pedro, mais uma vez, a festa dos Prazeres, na segunda-feira depois da Pascoela e falecendo, a 2 de maio na capela de S. Francisco.

1573 — Romarias de Pes. Jesuítas no Santuário da Penha, depois de salvos do naufrágio e outra vez em 1584, com o Pe. Visitador Pe. Cristóvão de Gouveia e Pe. Fernão Cardin.

1589 — O 1° Custódio franciscano Frei Melchior de Santa Catarina, a pedido dos capixabas, manda de Olinda dois, religiosos, Frei Antônio dos Mártires e Frei Antônio Chagas, para fundarem convento em Vitória.

1951 — 6 de dezembro — A governadora do Espírito Santo Da. Luiza Grimaldi oferece aos franciscanos a escritura de doação do Morro da Penha.

1592 — Os frades menores de Vitória assumem o culto divino dominical e a assistência aos romeiros da Penha.

1609 — 18 de fevereiro --- Os restos mortais de Frei Pedro Palácios são trasladados da Penha para o convento de S. Francisco em Vitória.

1616 — 27 de julho — O Custódio franciscano Frei Vicente do Salvador instaura em Vitória do processo informativo para beatificação de Frei Pedro Palácios, sem levá-lo a termo.

1627 — Frei Vicente do Salvador, Pai da História do Brasil, descreve em sua obra prima o santuário da Penha.

1628 — Em cumprimento de promessa, visita à Penha Dom Luís de Cespedes Xeria, governador do Paraguai.

1639 — Frei Paulo de S. Antônio, guardião franciscano de Vitória, inicia a ampliação do Santuário da Penha.

1643 — 22 de setembro — Invadindo Vila Velha, os holandeses não conseguem tomar a Penha.

1650 — 21 de novembro, festa de N. Sra. da Escada ou Apresentação — O capítulo custodial da Bahia, presidido pelo Pe. Custódio Frei Sebastião do Espírito Santo, resolve a fundação do Convento da Penha, nomeando primeiro superior a Frei Francisco da Madre de Deus.

 

NOTAS

(1)       O estudo histórico mais completo sobre a Penha e seu fundador é da autoria de Frei Basílio Roewer, OFM O Convento de Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo, Petrópolis 1965 (citado Roewer).

(2)       A tendência de entremear a histórica com lendas ressalta na obra de Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão, OFM Novo Orbe Seráfico Basílico II vols. Rio de Janeiro 1858-1862 (citação Jaboatão).

(3)       J. Manurer Marianisces Niederoesterreich, Viena 1899 p. 246 e 256.

(4)       Fernando Pio do Santos O Convento de Sto. Antônio do Recife e as Fundações franciscanas em Pernambuco, Recife 1939 p. 32. O autor trata de Sto. Antônio dos Montes, enquanto o escritor destas linhas anotou os casos de Campo Formoso e Alenquer, quando visitou as respectivas igrejas matrizes de Sto. Antônio.

(5)       Frei Manuel da Ilha, OFM Divi Antonii Brasiliae Custodiae Enarratio seu Relatio, (Ms. De 1621) fl. 283v (citado Ilha).

(6)       Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões do Pe. Joseph de Anchieta, SJ, Rio de Janeiro 1933, p.319 apud Frei Odulfo van der Vat, OFM Princípios da Igreja no Brasil, Petrópolis 1952 p. 157 (citado Vat).

(7)       Enciclopédia Barsa, Rio de Janeiro 1964 vol. V p. 457 e 462.

(8)       Roewer p.61. – Frei Teotônio terá pressentido o triste futuro do Convento da Penha, como último guardião a residir no mesmo, tendo por isso colocado a placa comemorativa, junto a gruta de Frei Palácios.

(9)       Jabotão I. 2 p. 33.

(10)  De La Fuente Vida de La Virgens Maria com La história de su culto em España II Barcelona 1879 p. 94 e 276ss. Em Rio seco de Medina, terra natal de Frei Palácios, entronizou-se, por volta de 1541, a imagem de N. Sra. Do Rosário encontrada numa tempestade marítima. Um confronto dessa efígie com o painel da Penha de Vila Velha seria muito oportuno.

(11)  Cartas, Informações o. cit. Idibem.

(12)  Augusto Maurício Templos Históricos do Rio de Janeiro, Rio s/d p. 276

(13)  Idibem p. 120.

(14)  Frei Bonifácio Mueller, OFM Capítulos de História Franciscana em Pernambuco in Rev. do Instituto Arqueológico de Pernambuco vol. 46 (1961) p.331

(15)   Notas da Junta das Missões (Arquivo Histórico Ultramarino) Lisboa, MS.

(16)  Arquivo da DPHAN(Rio de Janeiro).

(17)  Frei Vicente do Salvador História do Brasil 1500-1627 S. Paulo 1965 p. 199s (Citado Salvador). Ilha fl. 283v

(18)  Jaboatão I, 2 p. 44. – Vat p. 156ss.

(19)  Frei Antônio da Piedade, OFM Espelho de Penitentes Lisboa 1728 traduzido por Frei Sebastião Ellebracht, OFM in Vida Franciscana (dezembro de 1957) p. 117.

(20)  Do Ofício Divino da Festa de N. Sra. Dos Prazeres – A duplicidade de títulos não é coisa rara, no culto mariano. Aparecendo a Sta. Bernardete em Lurdes, disse-lhe N. Senhora: “Eu sou a Imaculação Conceição”. Mas, todo mundo invoca Maria SS, naquele santuário, sob o título de Lurdes.

(21)  Of. Maria Stella de Novais Relicário de um Povo, Vitória 1958, de cujos primeiros capítulos descordamos, igualmente do que a Autora afirma em sua obra mais recente (História do Espírito Santo,  Vitória 1969 p.34) a respeito do orago do santuário da Penha do Espírito Santo, como sendo da Penha de França, pelos motivos acima expostos.

(22)  Salvador p. 334.

(23)  Confirma Frei Plácido Toelle, OFM, há mais de 50 anos missionário entre os índios Munducuru do Rio Cururu-Pará, que essa tribo conserva o mesmo conceito quanto ao cabelo-símbolo e sede de saúde.

(24)  Dra. Maria do Carmo Tavares de Miranda Os Franciscanos e a Formação do Brasil, Imprensa Universitária da UFPE, Recife 1969, além de oferecer sucinto histórico sobre Frei Pedro Palácios (p. 71-73), descreve minuciosamente o simbolismo assimilado e aplicado pelos franciscanos, na capela missionária do Bom Jesus da Glória de Jacobina-Bahia (pág. 189ss).

 

Fonte: UFES Revista de Cultura, novembro – 1970
Autor: Frei Venâncio Willeke, OFM
Compilação: Walter  de Aguiar Filho, agosto/2015

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