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O donatário Francisco Gil de Araújo deixa a Capitania

Francisco Gil de Araújo manda edificar a igreja de N. S. da Conceição, em Guarapari, que será elevada a Vila em 1679

Comércio e agricultura – Ocupou-se Gil de Araújo, também, dos assuntos ligados ao comércio e agricultura da sua governança, sendo disto amostra o “bando que mandou botar”, proibindo que se cultivasse algodão nas propriedades onde existissem mais de seis pessoas de serviço, “sob pena de dous annos de degrêdo fóra da capitania e quarenta mil réis em dinheiro pera sustento da infantaria e a lavoura perdida porquanto este genero de lavoura tem extinguido o commercio e extenuado as mais lavouras”.(31)

Limites – O donatário deixa a capitania – Nesta resenha dos principais acontecimentos do quadriênio governamental de Francisco Gil de Araújo, faz-se mister recordar, embora sem descer a detalhes, a questão por ele suscitada com a vizinha capitania da Paraíba do Sul, a respeito de demarcação de limites.

A matéria provocou reclamações do visconde de Asseca e de João Correia de Sá junto à Coroa, mais tarde contestadas pelo donatário do Espírito Santo.(32)

Decepcionado, talvez, com o fracasso das suas tentativas de encontrar as decantadas esmeraldas,(33) e depois de ter empregado aqui vultosos cabedais, Francisco Gil de Araújo embarcou para a Bahia,(34) onde faleceu em 1685.

Seu nome merece e deve figurar entre os das grandes figuras dos primeiros séculos da nacionalidade.

 

NOTAS

(31) - Registo de hu Bando que mandou botar o senhor donatario e governador Francisco Gill de Araujo, nesta Villa de nossa senhora da Conceição, vinte e seis de dezembro de 1682, apud MISAEL PENA, Apêndice da História da Província do Espírito Santo, 45.

(32) - Remetemos o leitor para a festejada obra de ALBERTO LAMEGO, A Terra Goitacá, I, 143 ss, onde, a par de uma exposição sobre as lindes das duas capitanias, se encontram peças do arquivo daquele historiador pela primeira vez publicadas.

(33) - No alvará pelo qual S. A. concedeu a Francisco Gil de Araújo autorização para que pudesse nomear um loco-tenente seu para o governo do Espírito Santo se lê: “em razão da perda mui consideravel que tem na assistencia daquella Capitania, por estar fora da Bahia onde tem a sua fazenda, e esta em sua ausencia não ter aquella administração conveniente” (DH, XXVII, 396).

(34) - Dizem, a una voce, todos os cronistas e historiadores, que Gil de Araújo regressou à Bahia em 1682. Efetivamente, a Informação de Manuel de Morais traz a data de vinte e sete de julho daquele ano. Como se sabe, aquele documento é uma espécie de folha de serviços passada ao fim da administração de que estamos nos ocupando. Entretanto, o bando sobre plantação de algodão (ver foot-note n.º 31), foi passado a vinte e seis de dezembro do dito milésimo de 1682. Simples advertência, porque o assunto não oferece maior importância.

 

Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, julho/2017

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