Ouro de Minas
No século XVIII, finalmente, soa das Minas Gerais uma notícia há muito aguardada pela Coroa Portuguesa: a descoberta de ouro. A reação é imediata, tanto dentro quanto fora do Brasil-Colônia. Dentro, porque todo o litoral brasileiro, todas as capitanias, registraram um tremendo êxodo. Levas e levas de gente tendo um só destino: as minas das Minas. E gente de Vitória não ficou para trás nessa corrida. Mas a pequena Ilha sequer desconfiava de seu papel nisso tudo. Papel que o Reino de Portugual tratou de diminuir.
De Vitória, saía o caminho mais curto para a terra do ouro. E, portanto, no entender português, ela devia continuar como estava, ou seja, esquecida de todos. Para evitar contrabandos e invasões (que naquele tempo com certeza se fariam constantes), Portugal decidiu transformar a vila de Vitória numa praça-forte.Tratou de armá-la e fortificá-la ao máximo. Ao mesmo tempo, decidiu estagná-la. Navio algum parava ali.
Os canhões que hoje apontam para o mar, do Forte São João, nunca atiraram em esquadra inimiga. Sá detonavam para receber alguma autoridade. Hoje são a lembrança do medo de Portugal de que invasões estrangeiras tivessem início por Vitória.
Por isso a Cidade foi armada até os dentes e erigidos grandes fortes, num percurso de menos de um quilômetro. Além do Forte São João, existiam o Forte Santiago, que o povo apelidou de São Diego (hoje é a escadaria São Diego, ligando a Cidade Alta à Praça Costa Pereira, que na época era mar), Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo (onde estava localizado o hotel Sagres) e Forte de Santo Inácio (entre as ruas General Osório e Nestor Gomes).
Isso sem contar o exército próprio da cidade que, segundo dados da época, contava com 1588 soldados, fora os oficiais. Exército esse que não combateu. Vitória virou uma sentinela num posto avançado para conter contrabando de ouro.
Fonte: A Gazeta - Vitória 450 anos – Revista publicada em 09/09/2001.
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