Poloneses no ES
Não foi diferente a situação enfrentada pelos poloneses: os mesmos desafios que este Novo Mundo lhes oferecia.
Isolamento, dificuldade de adaptação, recursos escassos, decepção com o governo brasileiro pela falta de colaboração.
A floresta tropical era assustadora: animais ferozes, as cobras aterrorizavam.
Em resumo: Os mesmos problemas eram enfrentados pelos alemães, pomerânios, italianos e demais povos que para cá vieram em busca de terrenos férteis e riquezas.
Localizaram-se, a princípio, na região de Águia Branca, onde o governo brasileiro lhes reservou extensões de terras.
Os poloneses chegaram a partir de meados do século XIX.
A Polônia fora devastada pela Primeira Guerra Mundial. O convite para imigrar, com a promessa de terras próprias, verdes e férteis, era irrecusável.
Instalados em galpões, só depois da localização, medição e numeração dos lotes pela administração do núcleo de colonização, os poloneses puderam dar início aos trabalhos.
Era preciso começar pela derrubada da mata, preparar a terra para o plantio. Levantavam barracas provisórias para se abrigar. Só mais tarde, construiriam as casas de alvenaria, com cobertura de telhas.
Porque tinha vindo de um país cujas guerras e rebeliões eram devastadoras, de um país de pequena extensão territorial, o Brasil lhes pareceu, apesar dos pesares, um verdadeiro eldorado. Logo iniciaram os trabalhos na lavoura. Dedicaram-se à experiência, já bem sucedida na Polônia, das pequenas propriedades agrícolas.
As primeiras cabeças de gado começaram a chegar. As lavouras começaram a prosperar.
Um dos grandes problemas era levar o s produtos agrícolas e peles de animais para vender em Colatina e arredores. Percorriam uma velha trilha, aberta pelos primeiros desbravadores. Dormiam debaixo das árvores, ameaçados pelos animais selvagens. Na volta, com o dinheiro recebido, traziam remédios, alimentos e tecidos.
A primeira igreja foi construída por iniciativa dos próprios poloneses. Católicos por tradição, a igreja foi dedicada a Nossa Senhora de Montes Claros.
Festeiros tradicionais, conservaram a polka, o mazur, o kuyawak.
Culinária
Nos ensopados de carne, é muito usada a carne de porco e a lingüiça. O chucrute é um dos pratos favoritos. E os pastéis doces são uma delícia!
Atualmente a cafeicultura é um sucesso e é a principal fonte de renda da região. Em segundo lugar está a pecuária. O leite e seus derivados são também produzidos e vendidos em abundância.
Os hortifrutigranjeiros são cultivados e vendidos para todo o Estado, muitas vezes ultrapassando as divisas capixabas.
A Polônia brasileira e capixaba é hoje um empreendimento de sucesso.
Fonte: Espírito Santo - História de suas Lutas e Conquistas
Autora: Neida Lúcia Moraes,2002
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2013
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