Pomeranos
Os pomeranos, ou pomerânios, foram os mais numerosos alemães que vieram para o Espírito Santo.
A Pomerânia, situada no norte da Europa, na região do mar Báltico, estava sob o domínio da Prússia.
Esses imigrantes se localizaram na região serrana de Santa Leopoldina e Domingos Martins, dando origem, mais tarde, ao Município de Santa Maria de Jetibá.
Os primeiros pomerânios que aqui chegaram acompanhavam um grupo de imigrantes alemães. Eram poucos, não chegavam a uma dezena.
A situação na Europa dificultava-lhes a vida. A Pomerânia era uma região de conflitos constantes, e estava sob o domínio da Prússia, como já dissemos.
O Brasil, necessitado de mão-de-obra, acolhia os imigrantes europeus para impulsionar as lavouras.
De 1858 a 1859, chegou um novo grupo de pomerânios. Mais tarde, por volta de 1933, desembarcaram mais de dois mil no Porto de Vitória.
De início, localizaram-se nas terras que lhes tinham sido destinadas pelo governo brasileiro, em Santa Leopoldina e em Santa Isabel. Mais tarde, espalharam-se por Pancas, São Gabriel da Palha e Vila Pavão.
O isolamento das áreas urbanas, a dificuldade de comunicação, o idioma diferente, a falta de ferramentas adequadas aos trabalhos da lavoura, foram uma constante nos problemas enfrentados pelos colonos, vindos das diversas regiões européias.
O governo brasileiro, enfrentando crises econômicas, não pôde, na verdade, dar maior colaboração aos colonos necessitados de ajuda e proteção.
A Igreja Luterana foi a base de sustentação e união dos pomerânios. Ocupava, por assim, dizer, o lugar do governo. Além de servir de escola, prestava assistência médica e social, colaborava diretamente com seus membros.
Pelo fator de isolamento nas montanhas, muitos hábitos e costumes das suas terras de origem se impuseram no modo de vida pomerânio.
Alimentavam-se do brote (uma mistura de inhame, batata doce e milho) e, em vez do arroz, comiam a canjica de milho.
Conservavam o idioma e os dialetos do seu país. Os cânticos nas igrejas e todo o cerimonial eram realizados na língua alemã.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro decretou a proibição do uso de qualquer língua que não fosse a portuguesa. Foi um transtorno para os colonos estrangeiros. Eles foram obrigados à adaptação de uma nova situação, procurando inclusive pessoas que falavam o português para ensinar nas escolas. Eles próprios passaram a usar a língua portuguesa, com sotaque carregado, misturando palavras e frases com os dialetos dos seus países.
A relação com a terra, o conhecimento agrícola, a disposição pelo trabalho e, principalmente, o espírito comunitário foram os fatores de sobrevivência e, depois, do desenvolvimento da comunidade pomerânia. Enfrentaram desafios sem conta, mas transformaram áreas da mata virgem em terras férteis e produtivas.
Hoje o território pomerânio é formado por um conjunto de vilas e núcleos rurais que têm como eixo principal a cidade de Santa Maria, antigo distrito que se emancipou de Santa Leopoldina em 1988.
A região é cortada pelo Rio Santa Maria da Vitória.
Fonte: Espírito Santo - História de suas Lutas e Conquistas, 2002
Autora: Neida Lúcia Moraes
Compilação: Walter de Aguiar Filho, agosto/2013
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