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Projeto ajuda a salvar dunas - Itaúnas

Às dunas – Por Elisa Lucinda

Caminho para as dunas.

Viajo caminhante sobre as rodas de minha bicicleta.

Duas meninas, digo duas moças brancas de longe vejo,

se comparam nos bronzeamentos alinhando um braço ao outro.

Paralelas competem ludicamente os tons.

Vinham do sol.

Só que uma era bege e a outra era rosa.

Então cruzamos e eu, ainda indo para o mesmo sol, passava marrom pelas duas.

Os olhos delas se calaram com a visão sem argumentos.

O silêncio ensurdecedor disse, conselheiro, prá minha vaidade: Sossega!

Depois vejo uma menina adolescente com uma tatuagem bonita no meio das costas entre as asas.

Porém encobria o resto, maior parte do corpo com a largueza do vestido.

Reparo.

Cada um carrega o seu tormento.

Mas não está nem aí para isso no entanto

a paisagem de Itaúnas.

O sol iluminando areias e um preto

bonito que passa preto

contrastando correndo bonito sobre elas.

(...)

Depois que a areia soterrou a vila antiga de Itaúnas, a partir da década de 50, as dunas não pararam de sofrer mudanças com a ação do vento e do desmatamento. Um estudo mostrou que elas avançam, aproximadamente, cinco metros por ano.

Para garantir a preservação das dunas, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) está desenvolvendo um estudo para um projeto de recuperação da vegetação de restinga na área.

O gerente do Parque Estadual de Itaúnas, biólogo André Luiz Campos Tebaldi, informou que há alguns anos foi feito um trabalho de interpretação de imagens fotográficas, para identificar quantos metros as dunas avançavam a cada ano.

“A região próxima à antiga vila tinha proteção da vegetação. Ela foi sendo retirada, as dunas ficaram soltas e, com o tempo, a areia foi avançando. Projeto ajuda a salvar dunas Ela seguiu em direção ao alagado. O estudo mostrou o avanço, que pode estar menor ou maior do que cinco metros, mas é visível que há mudança”, explicou André.

Ele ressaltou que as dunas são um ambiente em constante transformação. “Nesses anos, ela diminuiu de altura, que chega a 30 metros, e aumentou sua extensão”, acrescentou.

Exemplo disso é o fato das ruínas da Igreja de São Sebastião, a primeira construção a ser soterrada na vila antiga, estar cada vez mais descoberta pela areia.

O projeto prevê a recuperação da vegetação de restinga, voltada à direção predominante dos ventos, principalmente nas áreas mais críticas, como o limite coma área alagada, também muito importante no ecossistema do parque.

Ele observou que, freqüentemente, a areia tem de ser retirada, da estrada que corta o parque, ligando Itaúnas à praia de Riacho Doce, na divisa com a Bahia, porque chega a impedir o fluxo de veículos.

“Se essa recuperação não for feita, daqui a 10 ou 15 anos poderá não existir duna, porque ela está se espalhando. Os visitantes também têm de ter consciência de preservação, não retirando plantas nem levando animais domésticos para o passeio na areia”, ressaltou o biólogo.

 

Fonte: A Tribuna, Suplemento Especial Navegando os Rios Capixabas – Rio Itaúnas - 29/07/2007
Expediente: Joel Soprani
Subeditor: Gleberson Nascimento
Colaboradora de texto e fotografia: Flávia Martins
Diagramação: Carlos Marciel Pinheiro
Edição de fotografia: Sérgio Venturin
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2016

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