Roteiro Cinematográfico - Prefácio de Orlando Bomfim
Quem não conhece Jovany não sabe, mas se vier a conhecê-lo, saberá: o motivo principal que o levou a escrever este livro foi a sua conhecida generosidade. E muita competência.
Desde o início do que se concebeu chamar de “retomada” do cinema brasileiro, quase todas as oficinas realizadas incluem o roteiro como parte das técnicas a serem estudadas. Essa grande curiosidade se deve a duas questões conhecidas. A primeira é que, nos anos 60, 70 e 80, os que queriam atacar o cinema brasileiro costumavam dizer que os filmes não tinham roteiristas; a segunda é que, na retomada, alguns novos diretores e entidades iniciaram um movimento trazendo roteiristas, fazendo seminários – inclusive com o pessoal do Sundance Festival -, levando a questão para as escolas e espalhando as oficinas pelos Estados e pelos festivais de cinema. Apesar disso, ou, até mesmo por isso, o roteiro ficou sendo uma peça em destaque, constando inclusive de editais de incentivo do Ministério da Cultura para sua formatação e desenvolvimento.
Nesse meio tempo, nosso amigo Jovany, morando quietinho aqui no Espírito Santo, já era roteirista conhecido, E conhecido até fora do Brasil. Pois é. Além disso, é dentista por formação, teatrólogo por amor à arte e inquietação constante, historiador e pesquisador (interessado principalmente nas entrelinhas dos fatos narrados), contador de causos por natureza e sorte nossa. Mas, mesmo com tanta atividade era desconhecido do pessoal do audiovisual local. Essa distância só se dissipou nos anos 90, com a notícia de que seria realizada no Estado uma superprodução cinematográfica com a direção do notável Walter Avancini e nesse momento descobrimos que o roteirista da epopeia intitulada “O Donatário” era nada mais nada menos do que ele, Jovany Sales Rey.
A partir dessa revelação, nosso amigo não teve mais sossego e virou uma espécie de consultor geral informal de todos que queriam ou pensavam em algum dia fazer um filme ou vídeo. Assolado por um mar de dúvidas e problemas que lhe eram incessantemente trazidos, começou a perceber que mesmo com tanta gente falando e discutindo roteiros, ainda não havia no mercado editorial brasileiro um manual voltado exclusivamente para o roteiro cinematográfico, nada parecido com um guia prático que pudesse facilitar a vida de quem precisasse ou estivesse interessado no assunto, pois os poucos autores nacionais que se aventuraram no tema produziram obras híbridas, com enfoque maior na televisão. Assim, mergulhou nessas águas profundas com a mesma garra e disposição de sempre, determinado a recuperar o tempo perdido.
Jovany escreve na primeira pessoa, colocando sua marca mesmo nos detalhes mais técnicos e insossos, incentivando a criatividade e transformando o que poderia ser mera informação sem alma em matéria para estudo e reflexão. Não bastasse todo esse trabalho bravamente esmiuçado, ele nos brinda, alicerçando a estrutura do livro com vários apêndices fartos e bem elaborados, São janelas que abrem perspectivas em cachoeira para quem quiser ampliar seus conhecimentos sobre o universo da arte do cinema.
É por isso que afirmamos, desde o primeiro parágrafo, que a sua principal característica é a generosidade. Sua abnegação pessoa, a solidariedade e a vontade de contribuir com todos, sejam conhecidos ou não, é que permitiram e fizeram com que ele se entregasse tanto na construção desta obra que tem a marca do que é fundamental e que precisava ser feito, encontrando nele a expressão, a força e a competência necessárias para vir á luz.
Esse é o espaço do artista, daquele que é imprescindível.
Prefácio do livro: Orlando Bomfim
Título: O Papel do Cinema – Guia prático do roteiro cinematográfico, 2005
Autor: Jovany Sales Rey
Ilustrações: Milson Henriques
Capa e Projeto Visual: Gabriel Diaz
Produção: Luciano Simões
Revisão: Vanessa Lopes Andrade
Supervisão Técnica: Merenice Merhej
Patrocínio: Lei Rubem Braga
Apoio: Vale do Rio Doce
Nota do Site: Por David Benincá, agosto/2012
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