Festejos de Vila Velha - Por Edward Alcântara

Vila Velha já viveu tempo marcante com as tradicionais festas que ficaram incorporadas ao seu folclore, como foram as festas de Reis e do mastro de São Benedito em Maxambomba. Não sei se ainda haverá tempo para revivê-las muito embora, haja no IBES um movimento sobre o assunto patrocinado pelo professor Carlos Jose Fernandes.
Lembro da “Lapinha” de origem pernambucana, aqui introduzida nos fins do século XIX pelo Desembargador Antonio Ferreira Coelho, grande incentivador dos festejos canela verde de então.
As encenações maravilhosas (para a época) eram levadas no palco do Hotel João Nava, parte térrea, antiga sede do Clube Fenianos (atualmente bar), localizado na Prainha.
Para falar sobre as festas da Lapinha, citaremos um trecho das Memórias do grande e saudoso amigo, “JOSE BÚZIO S. FILHO”.
Ao aproximar-se o Natal, o velho Clê (Clementino Barcelos) já se movimentava arregimentando moças e rapazes, meninos e meninas, para personificarem os principais vultos que viveram o Natal de Jesus, com alguns encaixes de personagens simbólicas.
Eram: Pastoras, Libertina, Cigana e até Satã. Com a aproximação da data da encenação, já os ânimos se exaltavam, inclusive dentro das próprias famílias, que se dividiam entre torcedores do cordão azul e encarnado. A maior rivalidade verifica-se na família Barcelos, destacando-se a atuação da matriarca Mariquinha Duarte, irmã do saudoso Clê, que sempre se posicionou em cordão diferente do organizador. Era tão acentuada a rivalidade, que famílias ficavam sem se relacionar durante algum tempo.
No teatro era uma balburdia tão grande, cada qual querendo gritar mais alto o nome do cordão de sua preferência, impedindo que os espectadores observassem e ouvissem o desempenho dos pequenos atores e atrizes.
Texto de: Edward A. D’Alcantara, 2001 - fundador e membro efetivo da Casa da Memória de Vila Velha, ES
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2012
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