A estrada Vitória-Ouro Preto
Embora abandonada pelo governo por inútil – uma vez que não havia comércio para movimentá-la – a estrada que ligava o Espírito Santo à província de Minas Gerais continuava preocupando as inteligências de mais ampla visão.(1)
Em uma das sessões de 1829 do Conselho Provincial, a questão foi trazida a debate.
A falta de dinheiro para enfrentar as despesas de desobstrução e outras obrigou a protelações de toda ordem, até que, em 1833, a obra foi contratada com o coronel Inácio Pereira Duarte Carneiro – o mesmo diligente oficial que construíra a estrada nos dias do governador Rubim. Tamanha significação se emprestava ao assunto que o governo, quando verificou a exaustão dos próprios cofres, resolveu pedir dinheiro emprestado ao comércio para iniciar as obras. Em meados de 1834, os trabalhos ainda não estavam concluídos.(2)
NOTAS
(1) - “...sendo a abertura de uma estrada que comunique esta Província com a de Minas Gerais um dos únicos meios que se pode levantar da miséria e pobreza em que se acha tanto de população como de comércio” (Ofício de vinte e cinco de janeiro de 1832 do Conselho Provincial a José Lino Coutinho, ministro do Império, in Pres ES, V).
(2) - MACHADO DE OLIVEIRA transcreveu no vol. XIX da RIHGB (p. 232-9) vários extratos das atas de sessões do Conselho Provincial em que foram tratados assuntos referentes à reabertura da estrada. No citado volume, passim, cópias de documentos do maior interesse para a história da mesma.
– Por portaria de treze de março de 1822, da Secretaria do Império, era recomendado à Administração do Espírito Santo “concedesse Sesmarias ao longo da Estrada aberta para que não se tapasse de novo” (Ofício de Acióli de Vasconcelos ao ministro Maciel da Costa, de trinta e um de agosto de 1824, in Pres ES, III, 80).
– Cabe recordar aqui o decreto de vinte e três de outubro de 1832, que dispunha sobre a navegação dos rios Doce e Jequitinhonha e a abertura de estradas e reparações das existentes na direção da província de Minas Gerais para as da Bahia e Espírito Santo, que parece ser uma demonstração de acatamento do governo central ao apelo que lhe fora dirigido pelo Conselho Provincial do Espírito Santo, a vinte e cinco de janeiro de 1832 (ver foot-note 1).
Fonte: História do Estado do Espírito Santo, 3ª edição, Vitória (APEES) - Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – Secretaria de Cultura, 2008
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter Aguiar Filho, novembro/2017
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