Academia Capixaba dos Novos
A vida cultural de Vitória não era ainda muito agitada. Não havia espaço suficiente para os jovens em discussões literárias que se concentravam na Academia Espírito-Santense de Letras, na qual participavam somente os nomes consagrados. Inquietos com a situação e lamentando o marasmo literário da cidade, um grupo de amigos resolveu abrir uma agremiação literária. Assim, através de discussões informais sobre literatura, surgiu a Academia Capixaba dos Novos. A instituição, fundada em 1946, prestou grandes serviços à cultura Vitoriense no final da década de 1940.
Foi fundada por Antenor de Carvalho, Renato Pacheco, Elmo Elton dos Santos Zamprogno, Rubem Rabelo, Ronaldo Espínola, Alvino Gatti, Samuel Naspichtz, Christiano Dias Lopes Filho e Nélio Faria Espíndola, em uma quadra de esportes que havia na Praça Independência, onde se localizava o antigo prédio do Inamps ao lado do teatro Carlos Gomes. Logo, arregimentaram outros estudantes, todos entre 18 e 25 anos que estavam ou nos primeiros anos da Faculdade de Direito ou nos últimos do Colégio Estadual do Espírito Santo.
Os novos acadêmicos, além de seus fundadores, eram: Jarbas Athayde Guimarães, Hermínio Blackman, Setembrino Pelissari, Orlando Cariello, Mario Gurgel, Rômulo Salles de Sá, Waldir Ribeiro do Val, Joaquim Beato, José Luiz Moreira Caciari, José Carlos de Oliveira, José Carlos da Fonseca, José Wandewaldo Hora, Antenor de Carvalho, Rubem Rabelo, José Carlos Linfemberg Coelho, Reinaldo Evaristo da Silva e José Cupertino de Almeida. O primeiro presidente da academia foi Orlando Cariello, seguido de Rômulo Salles de Sá e Waldir Ribeiro do Val.
Como patronos foram escolhidos os seguintes personagens capixabas: Jonas Montenegro, Graciano Neves, José Horácio Costa, Sylvio Rocio, Jerônimo Monteiro, José Marcelino, Madeira de Freitas, Narciso Araújo, Fernando de Abreu, Dom Benedito de Souza Monteiro, Pe. José de Anchieta, Alvimar Silva, Thiers Velloso, Saul Navarro, Nestor Gomes, Afonso Correa Lyrio, Afonso Cláudio, Domingos Martins e Carlos Gomes de Sá.
Além do quadro de integrantes fixos, existia o de membros honorários, em que se buscava homenagear as personaldiades das letras, das artes, da vida pública, do magistério e do empresariado capixaba da época, tais como, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg, Nelson Abel de Almeida, Guilherme dos Santos Neves, Kosciuszko Barbosa Leão, Eugênio Lindenberg Sette, Carmem Vitis Adnet, João Cavalcanti Albuquerque entre outros homenageados.
As reuniões ordinárias eram verdadeiras tertúlias literárias. Ocorrriam rigorosamente nas tardes de sábado, no espaço cedido pela Academia Espírito-Santense de Letras, no terceiro andar do antigo edifício do Banco de Crédito Agrícola do Espírito Santo, na Avenida Jerônimo Monteiro. Após a leitura da ata e do expediente, todos os presentes liam suas produções literárias da semana, para os aplausos ou crítica construtiva dos demais. As reuniões ocorriam sempre de forma descontraída, sem determinação prévia de quem apresentaria o trabalho no dia. O próprio participante, motivado pelos demais, tinha a iniciativa de mostrar sua produção da semana, que podia ser uma poesia, uma crônica ou um estudo literário.
As atividades da Academia Capixaba dos Novos giravam em torno da realização de palestras sobre literatura, tendo um dos membros como palestrante que discorria sobre um assunto; de cursos de português; de estudos e produção literária; de estudos sobre história (do Brasil e Geral), o que acontecia em convenções; de cursos de retórica; de recitais; de concursos de cunho literário; de festejos de datas comemorativas como, por exemplo, a Promulgação da Constituição e a do quarto centenário de nascimento de Joaquim Nabuco.
O apoio da imprensa escrita e falada foi importante para a Academia na medida em que facilitava a concretização do seu objetivo, que era promover eventos culturais na cidade de Vitória, seja divulgando os eventos organizados pela instituição, seja transmitindo-os e aumentando o alcance de sua atuação. Em uma época em que o rádio era o maior sucesso, a Academia participava de eventos comemorativos na Rádio Espírito Santo promovendo conferências que eram transmitidas para um grande número de famílias de diferentes classes sociais.
Fonte: Memória do Desenvolvimento do Espírito Santo - Grandes Nomes - Christiano Dias Lopes Filho. 2010.
Coordenador: João Gualbertto Moreira Vasconcellos e colaboração de Jamila Rainha e Patrícia Gonoring.
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo