Assistência Social em 1830 - Vitória
A Santa Casa de Misericórida de Vitória retirava as suas rendas da contribuição paga pelos comerciantes locais, dos aluguéis dos prédios que possuía, da venda de esquifes, diárias dos soldados que hospitalizava, legados, esmolas e do que recebia dos doentes não indigentes. Além do Hospital, tinha sob seus cuidados a criação dos expostos. Sendo o único estabelecimento de caridade da Província, portanto, necessariamente sobrecarregado de encargos, conseguia operar milagres orçamentários - tinha (em 1828) 8:000$000 em dinheiro, no cofre. E pagava salários a um boticário seu, um capelão e mais empregados.
População
O recenseamento de 1827 acusou uma população estimada em 35.879 almas, aqui incluídos índios (aldeiados) e escravos. Comparando o quadro censitário com o de 1824, o presidente apontava o recrutamento como causa da diminuição do número de pretos forros e índios. Quanto aos cativos, cuja redução era também acentuada, vinham sendo "remetidos para fora da Província para boleeiros, caixeiros, etc...".
Padres, Cirurgiões, etc...
Os capixabas não podiam se queixar - como em outros tempos tantas vezes o fizeram - da falta de sacerdotes. Além de vinte do clero secular, viviam aqui oito do regular. Freira, ou recolhida, é que não havia uma sequer. Os cirurgiões - dada a penúria do país - não eram poucos: cinco. Em compensação, nem um médico. Os rábulas - em número de cinco - substituiam os advogados, também inexistentes. Boticário, três; magistrados, zero; alguns empregados públicos e cinco professores de primeiras letras, dos quais dois em Vitória. Trinta mendigos e oito estrangeiros, dos quais um naturalizado. Ninguém que vivesse exclusivamente de suas rendas. Trabalhadores jornaleiros, só alguns índios que lidavam nas fazendas e aos quais se pagava, anualmente, em média 12$800.
Preocupado com os mínimos detalhes, o presidente Acioli registrou:
"Não há estabelecimento algum de recreio, nem militar, nem seminário, nem casas de educação: há unicamente uma aula de gramática latina na capital, em que se dão lições desta língua de manhã e de tarde nos dias não feriados, e tem treze alunos."
Se não existia estabelecimento algum de recreio - como se disse acima - abundavam, em compensação, as associações pias: da Misericórdia, do Santíssimo, dos Passos, da Boa Morte, Rosário dos Pretos, Amparo, Rosário dos Pardos, Mãe dos Homens, São Benedito, Remédios e Rosário.
Fonte: História do Estado do Espírito Santo - RJ - 1951
Autor: José Teixeira de Oliveira
Compilação: Walter de Aguiar Filho, setembro/2013
GALERIA:
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo