Carta patente dada ao capitão de Infantaria, Francisco de Albuquerque Teles, e por el-rei D. Pedro, 1696
1696. Carta patente dada ao capitão de Infantaria, Francisco de Albuquerque Teles, e por el-rei D. Pedro, em que se provia[m] seus serviços na ilha do Funchal e na capitania de Cabo Frio, dando dela notícias históricas de muito valor.
Dom Pedro, por graça de Deus, rei de Portugal, dos Algarves, daquém e dalém mar em África, senhor de Guiné, da conquista, navegação, comércio da Etiópia, Arábia, da Pérsia, etc. Faço saber aos que esta minha carta patente virem que havendo respeito a Manoel Garcia Pimentel, donatário da capitania do Espírito Santo, do Estado do Brasil, me houve (ou me haver)...(*)849 da forma das minhas armas e seus brasões bem sujeitos, e havendo eu consideração a Francisco de Albuquerque Teles, me haver servido na ilha do Funchal, desde o ano de seiscentos e oitenta e dois no posto de capitão de Infantaria, por patente de D. João de Saldanha, acudindo aos rebates e mais exercícios de guerra, com grande cuidado, e sendo por mim provido no posto de capitão da capitania de Cabo Frio, por tempo de três anos o exerceu com todo o zelo e satisfação sem alguma queixa do seu procedimento, conservando aqueles moradores na sua quietação, obrigando-os com afabilidade a consertar em muitas casas fazendo mesmo uma enseada no rio Aaguaru à sua custa e dos moradores por donde navegam algumas rocas...850 mantimentos, em razão do canal ser apertado e haverem algumas vezes perigado lanchas e canoas, fazendo também uma casa na barra da cidade para guarda e defesa da terra aonde se recolhessem os soldados e sucedendo lançar gente em terra uma nau de piratas no sítio da Praia Grande foi pessoalmente com os moradores e índios à distância de três léguas, com grande risco de vida havendo-se com tal valor e disposição que aprisionou a lancha com oito que remeteu ao governador do Rio de Janeiro, procedendo da mesma maneira na diligência de prender criminosos que dele merecesse[m] etc., obrando em tudo com bom procedimento, e que espero do dito Francisco de Albuquerque Teles que da mesma maneira procederá daqui em diante em tudo o que for encarregado de procedente, conforme a confiança que faço de sua pessoa. Hei por bem e me praz de o prover e nomear como pela presente patente o nomeio para capitão da dita capitania do Espírito Santo, para que sirva por tempo de três anos, e assim e da maneira que aqueles seus antecessores, com o qual o houvera ordenado, que lhe sirva e gozará de todas as honras, privilégios, atenções, franquezas e liberdades de que tem respeito do dito posto lhe tocarem. Pelo que mando ao meu capitão-general do Estado do Brasil lhe dê a posse do dito posto e lhe deixe de posse pelo tempo de três anos, na forma das obrigações e juramento em minha Majestade, na forma tomada nesta minha carta patente, que por firmeza das regalias vai por mim assinada e selada com o selo grande das minhas armas, contanto que o dito Francisco Albuquerque Teles na mesma capitania do Espírito Santo me fará por ele preito e homenagem nas mãos do dito meu governador capitão-general do Estado do Brasil segundo costume da lei e direitos de que apresentará certidão da Secretaria daquele Estado e no que pagar novo direito por dar fiança no livro dela e pagar os direitos que dever desta minha carta patente ao seu conhecimento em forma, registrado no mesmo livro à folha 52 etc. da cidade de Lisboa aos dezesseis dias do mês de março. Felipe da Silva a fez. Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1696. O secretário André Lopes de Souza a fez escrever. — El-rei. — Conde de Alvar
* * *
Trasladado do Livro de Registro que remeti ao Instituto, concernente a nomeações e outros atos do tempo dos donatários Francisco Gil de Araújo e Manoel Garcia Pimentel, dos séculos XVII e XVIII.
Oferecido pelo sócio Basílio Carvalho Daemon.
Fonte: Província do Espírito Santo - 2ª edição, reeditado na Adm. Paulo Hartung, SECULT/2010
Autor: Basílio Carvalho Daemon
Compilação: Walter de Aguiar Filho, julho/2018
Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576
Ver ArtigoA obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro
Ver ArtigoPara prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda
Ver ArtigoNo final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações
Ver ArtigoO nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto...
Ver Artigo