Cine Teatro Melpômene
Denominação: CINE TEATRO MELPÔMENE
Localização: Praça da Independência, esquina das ruas Graciano Neves e Sete de Setembro, no Centro. Atual Praça Costa Pereira, Centro, Vitória.
Inauguração: maio 1896.
Capacidade: 800 lugares.
Período de funcionamento: 1896-1924.
Exibidor: Empresa Santos & Cia.
Histórico: Nos primórdios do cinema no estado, entre 1896 e 1907, a exibição era ambulante, com apresentações esporádicas em lugares públicos como cafés, quermesses e parques de diversão. Em 1896, foi inaugurado o Teatro Melpômene, no antigo Largo da Conceição, na Praça da Independência, atualmente Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória. Este teatro foi o primeiro, de acordo com os mais antigos arquivos disponíveis, a equipar-se da máquina dos irmãos Lumière no Espírito Santo. Segundo a imprensa local o teatro possuía iluminação própria, era todo em madeira, com 800 lugares e possuía camarotes, poltronas e cadeiras para a platéia.
Também, como foi prática na época, o teatro utilizava uma orquestra para dar o som aos filmes mudos.
Além disso, para reproduzir o som, um sonoplasta fazia imitação dos ruídos (sonoplastia), técnica tradicional do teatro. Ficava uma pessoa atrás da tela com um material reunido em uma “mesa de ruídos” e acompanhava a projeção.
Os efeitos eram os mais variados possíveis, tudo para realçar as imagens: derramava arroz numa placa de zinco para reproduzir o trovão, esfregava escovas metálicas ou mexia grãos secos quando as ondas se quebram, etc.
Durante a exibição de um filme, em 1924, no Teatro Melpômene ocorreu um princípio de incêndio que causou um imenso tumulto e deixou dezenas de pessoas feridas. O jornal a “Folha do Povo”, em 9 de outubro de 1924, apresentava a seguinte manchete: “O incêndio de hontem no Theatro Melpomene – vários mortos e grande numero de feridos”, com duras críticas ao teatro que logo depois foi demolido, deixando somente sua estrutura. Mais tarde esta estrutura seria aproveitada pelo arquiteto italiano André Carloni para a construção do Teatro Carlos Gomes, na mesma praça.
Fonte: Memórias Fotográficas – A História das Salas de Cinema de Vitória. Vitória, 2011
Autor: André Malverdes
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2011
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