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Um cimélio do Arquivo Municipal - Por Mário Freire

Planta de Vitória, datada de 1764 do Capitão José Antônio Caldas

A Prefeitura Municipal possui uma planta de Vitória, datada de 1764. Afirma Daemon que o capitão José Antônio Caldas, incumbido de apresentar as plantas de diversas fortificações desta Capitania, levantou em 1767 — "uma vista e perspectiva" desta ainda pequena Vila, obtida com o auxílio da câmara obscura (sic.). Teria sido a segunda, porque a primeira, cujo autor ele não consigna, fora organizada em 1761.

A que está em poder da Prefeitura, encimada pelas palavras Cidade da Vitória, contém outros anacronismos. Indica, por exemplo, no lugar do velho Colégio dos jesuítas, o Palácio... da Presidência, assim como a Tesouraria...

Expulsos esses padres, não demorou a secular Residência em passar a sede do governo: já não figura na avaliação, efetuada em 1780; nem mais, no arrolamento para a venda, quatro anos depois, dos bens que haviam pertencido à Companhia de Jesus. Servia efetivamente de moradia do Governador em 1796, quando um incêndio destruiu os fundos da igreja, ao lado.

Os Capitães-móres ocupavam anteriormente, segundo Daemon, um prédio à Rua do Carmo, também denominada da Capelinha, dando para o Pelame.

O lugar do pelourinho está assinalado, na referida planta, ao alto da ladeira hoje escadaria Maria Ortiz, na qual à direita, subindo, via-se a casa onde morara essa heroína capixaba, próxima do edifício da Câmara, agora fundos do Fórum.

A igreja de N. S. do Rosário, cuja provisão só no ano seguinte foi firmada, figura como se já estivesse em adiantada construção, ou no local houvesse uma primitiva capela.

Nas mesmas condições encontra-se a de S. Gonçalo Garcia, que somente a 2 de novembro de 1766 foi benzida, como capela de N. S. da Assunção e Amparo.

No período de 1760 a 1768, durante o qual o Rio transformou-se em principal centro do governo no Brasil, não encontrou Misael Pena fato algum a comentar no Espírito Santo.

Em 1761, entretanto, caíram na Penha diversos raios, que, refere Baltazar Lisboa, muito danificaram o convento.

Processou-se ainda nesse ano uma devassa contra os jesuítas, ordenada pelo Bispo do Rio de Janeiro, e presidida, nesta Capitania, pelo vigário colado de Guarapari, Antônio Esteves Ribeiro.

A 20 de setembro de 1764, o Ouvidor de Porto Seguro, Tomé Couceiro de Abreu, erigiu arbitráriarnente S. Mateus em vila.

A partir de 1765, a exportação de mercadorias deixou de ser efetuada somente em frotas.

Às 20 horas de 1 de agosto de 1767, um terremoto abalou Vitória; conforme registram Rocha Pombo, Teixeira de Mello e Alípio Gama. O "Poema Mariano", atribuído ao Padre Caldas Barbosa, descrevendo o fato na estância XXXIII, registra-o em 1769, data que também repetiu Francisco Rodrigues de Barcelos Freire, na pequena biografia de Frei Pedro Palácios. Nessa ocasião, segundo o autor das conhecidas "Efemérides Nacionais", o povo mandou vir uma imagem de N. S. Mãe dos Homens, e constituiu uma irmandade na capela da Misericórdia, devoção, pouco depois, introduzida também na vila de Campos e no Caraça. A tradicional imagem, com a descuidada demolição dessa capela, vendida em 1907, foi levada para a pequena igreja de Vila Rubim, onde se encontra.

Havia manifesta preocupação em conhecer melhor o Brasil: uma carta topográfica da Capitania do Rio de Janeiro, levantada em 1767 por ordem do Conde do Cunha, esclarece que a mesma Capitania (sic) atingia, ao norte, pelo litoral, o Camapuana, descrito como um pequeno rio, no qual — "só podem entrar canoas havendo maré..."

Continuavam confusos os limites meridionais do Espírito Santo, cuja população era estimada em 7733 almas.

 

Fonte: A Capitania do Espírito Santo, ano 1945
Autor: Mário Aristides Freire
Compilação: Walter de Aguiar Filho, junho/2015

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