Morro do Moreno: Desde 1535
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Victória – Cidade Presépio, 1937

S. Excia. Dr. Américo Monjardim - Prefeito de Victória, 1937

Foi fundada em 1537 com o nome de Villa Nova, que se mudou para – Vitória – após grande derrota, infligida pelos colonos portugueses aos índios goitacás e aimorés, senhores de Mboab, em 8 de setembro desse ano.

É hoje a principal cidade do Estado e uma das mais importantes do Brasil, distando do Rio de Janeiro, por via terrestre – Estrada de Ferro Leopoldina Railway ou por via marítima, 22 horas, e por via aérea, 2 e ½ h. Comprime-se entre montanhas, galgando-lhes os flancos e alastrando-se pela faixa litorânea, estreita, que se reveza em praias e mangais.

Já lhe chamaram, com justeza, Cidade Presépio, e Jóia do Brasil. Possui uma das mais lindas e decantadas baías da costa brasileira, semelhante, em proporções menores a da Guanabara. Conta bons hotéis instalados em prédios confortáveis, como nos melhores centros; três cinemas falados; dois lindos teatros, quatro jardins públicos; graciosos e prósperos arrabaldes; vistosos edifícios públicos; como o Palácio do Governo; um Instituto Histórico e Geográfico; os clubes “Vitória”, “Saldanha da Gama”, e “Álvares Cabral”; excelentes centros de diversões sociais; a Biblioteca e Arquivo Público; Corpo de Bombeiros; Guarda Civil, classificada entre as melhores do Brasil; três orfanatos; uma Santa Casa da Misericórdia, e a Casa de Saúde “São Lucas”; associações de classes e de cultura possui diversas: Academia Espírito-Santense de Letras; Sociedade dos Amigos de Alberto Torres; Associação de Imprensa; Associação de Funcionários Públicos e Centros Literários estudantis. Vitória é a sede do bispado espírito-santense e possui sete capelas e igrejas. A sua catedral, em estilo gótico, está em construção.

Sua temperatura é agradável no inverno e quente no verão. Possui instrução pública bastante desenvolvida, ministrada por três ginásios, o do Espírito Santo; o “Batista” e o de “S. Vicente de Paulo”, particulares; duas escolas normais; uma Escola Modelo; quatro grupos escolares; 80 escolas isoladas; Academia de Comércio, particular, uma Faculdade de Direito, outra de Odontologia e Farmácia e uma escola de aprendizes artífices, federal.

Para turistas são passeios magníficos, nos arredores de Vitória: as praias de Manguinhos e de Jacaraípe, formosíssimas; de Piraem; de Camburi; Praia Comprida, onde hoje está o bairro de sua elite social, cidade do Espírito Santo (Vila Velha), a mais antiga do Estado e onde, sobre a montanha sagrada, se ergue o decantado Convento de N. S. da Penha, preciosa relíquia colonial, resumindo, na sua história de quatro séculos de vida da terra espírito-santense; a Praia da Costa, de extraordinária beleza natural; e a cidade da Serra, tradicional no sopé do Mestre Álvaro, a 27 quilômetros da Capital.

Vitória do Espírito Santo, nos tempos das grandes invasões de piratas franceses, ingleses e holandeses, que cruzaram as costas da nossa pátria, em 1561, 1592, 1624 e 1640, foi a única povoação brasileira que nunca se rendeu as forças desses conquistadores, temidos e audazes.

Nossa capital guarda como relíquia histórica, de incomparável valor, a lápide que assinala o local em que se guardaram os ossos do grande apóstolo americano, padre José de Anchieta.

Descoberta em 13 de junho de 1535, tomando o nome de Ilha de Santo Antônio.

Denominada Vila Nova, desde 1537, pelo seu donatário Duarte de Lemos.

Elevada a capital da Capitania em 8 de setembro de 1551, com o nome de Vila de Vitória.

Elevada a cidade em 2 de março de 1829.

Temperatura média máxima: 26,5; mínima: 19,9.

População da cidade, aproximadamente: 40.000 habitantes, área do quadro urbano: 312.000 m². Área do município: 430.200 m².

Índice de vitalidade: 136,1.

Área calçada: 127.317 m².

Consumo diário do leite: 2.000 litros, consumo de carne verde: 13.360 kilos diários.

Clubes de futebol: 7; clubes de regatas: 4.

Força motriz elétrica: 5.920 kwh.

Iluminação pública: 181.650 velas, mensais.

Linhas de carris elétricos: 26 kms.

Instrução Pública: escolas primárias, 80; secundárias 6; superiores, 2.

Jornais diários, 3; semanais 3; mensal, 1; Boletim Estatístico mensal, 1; Revistas 3.

Área calçada:

Paralelepípedos: 201.155,00 m².

Bitumuls: 18.187,00 m².

Concreto: 10.375,00 m².

Pedras irregulares: 5.000,00 m².

Macadame: 3.954,00 m².

Estradas de rodagem no município em tráfego: 59,740 quilômetros.

Despesa empenhada para 1937: 1.344.251$284.

ASSISTÊNCIA PÚBLICA

Mantém o município, em consortium com o Estado, o serviço de pronto socorro na capital.

ESCOLAS PARTICULARES

Procurando o município auxiliar os nobres intuitos da Cruzada Nacional de Educação, subvencionou quatro escolas particulares nas seguintes localidades: Santo Antônio. Caratoira, Rua Barão de Monjardim e Praia Comprida.

Nas referidas escolas, segundo dados fornecidos, a matrícula eleva-se a 151 alunos, assim discriminados; Santo Antônio 61; Caratoira, 42; Rua Barão de Monjardim, 20; Praia Comprida, 28.

POSTOS MÉDICOS

Prestam relevantes serviços á população os Postos Médicos da Prefeitura em Santo Antônio e Jucutuquara, sob a direção dos Drs. Hilderico Araujo e Elysio Vieira Modenesi, respectivamente.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL

Prefeito – Dr. Américo Monjardim.

Diretor de Obras – Dr. Laurentino Proença Filho.

Diretor da Fazenda – Dr. Augusto Simmer.

Diretor do Expediente – José Simões Filho.

Procurador da Fazenda – Dr. Gilberto Sobral Barcellos.

Sub-procurador – Dr. Arnaldo Arruda.

 

Fonte: Revista Annuário do Espírito Santo, 1937
Compilação: Walter de Aguiar Filho, dezembro/2017



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