Vitória dos 400 aos 450 anos 1951 - 2000 - a cultura
1. Inicialmente o palestrante discutiu as diversas acepções da palavra cultura, e disse que, dada a amplidão do tema, se restringiria à cultura dita erudita ou letrada.
2. Reportou-se a três eventos, que, segundo ele, foram significativos, nos últimos 50 anos. Primeiro, as festas que o governo Santos Neves mandou realizar em setembro de 1951, comemorativas do IV Centenário da Fundação de Vitória, cujo programa analisa, mostrando a vasta gama de eventos então apresentados.
Em segundo lugar, a apresentação no Teatro Carlos Gomes, no dia 24 de abril de 1957 de "Os jograis de São Paulo", constituído dos então jovens Ruy Affonso, Armando Bogus, Felipe Wagner e Rubens de Falco, o que foi salutar injeção de poesia nos jovens vitorienses.
E, por último, a programação cultural da 46a reunião anual da Sociedade Brasileira para o progresso da ciência (SBPC) que, coordenada por nosso consócio Francisco Aurélio Ribeiro, se realizou em Vitória de 17 a 22 de julho de 1994. , distanciados no tempo, mas que demonstrou louvável esforço de juntar, numa mostra, eventos culturais importantes.
3. A seguir, o palestrante, a vôo de pássaro, fez referências às seguintes artes
a) dança e balé em que destacou o pioneirismo da professora Lenina Borges, há quarenta anos incentivando jovens interessados nessa arte;
b) fotografia, a partir do Foto Clube, fundado em 23.05.1946, por Magid Saade, Newton Pimenta, João de Almeida Rebouças, Pedro Fonseca, Paulo Bonino, que realizou inúmeras
c) pintura e escultura - com base na pesquisa da professora Almerinda Lopes publicada com o Relatório da Escelsa de 1999, faz referência aos antigos e atuais corifeus destas artes;
d) música clássica deixou que, oportunamente, a consocia Beatriz Abaurre se reportasse ao tema. Quanto à música popularesca, fundamentado em Silva, Osmar. Música Popular Capixaba Vitoria SEDU, 1980 cita as diversas manifestações que foram observadas desde as bandas de música, como as orquestras, manifestações musicais carnavalescas, ressaltando as figuras do compositor Pedro Caetano e do violonista Mauricio de Oliveira. Relembra a época da Batucadas que, em 1955, se transformaram em Escolas de Samba, e o lançamento do 1° disco local, do conjunto Vagalume regido por Hélio Mendes.
e) no que concerne ao Teatro, fez breve resumo da importante obra de Oscar Gama História do Teatro Capixaba: 395 anos, Vitória, FCAA, 1981.
f) a propósito do cinema estribou-se na obra de Tatagiba, Fernando História do Cinema Capixaba. Vitória. “PMV, 1988, relacionando as casas exibiloras, os cineastas e os filmes realizados, com destaque para uma “Vida de Cristo” organizada pela família Regatieri de São Roque do Canaã, ES, que contou com a presença honrosa da atriz Fernanda Montenegro.
g) passou finalmente ao campo da literatura brasileira que se tem feito no Espírito Santo. Lembrou que em artigo comemorativo de O Jornal do Rio de Janeiro, falando sobre "Letras Capixabas" o escritor Ciro Vieira da Cunha, no dia 7.9.1951, relacionou apenas 28 escritores capixabas, dos quais o único ainda vivo é o poeta e editor Waldir Ribeiro do Val.
Lembrou a falta de editoras locais, o que obriga os autores a escreverem para revistas com a Vida Capixaba (extinta no período) Revista Capixaba, UFES - Revista de Cultura, Cuca, Revista do IJSN, Você, com 96 importantes números e atualmente Século - o Espírito Santo em revista, do nosso consócio Rogério Medeiros, já em seu 15° número. Daí a importância dessas publicações para a cultura capixaba.
Quanto a publicações, reportou-se ao grande esforço editorial do Instituto Histórico e Geográfico e a Universidade Federal do Espírito Santo, que editaram mais de 200 livros nos últimos 20 anos. Destacou o pioneirismo da Fundação Ceciliano Abel de Almeida, da Universidade que, tendo à frente o consócio Reinaldo Santos Neves de 1979 a 1985 editou quatro coleções básicas - Estudos Capixabas, Letras Capixabas, Livro do Aluno e Coleção Taruira (regionalismo que significa Lagartixa) dedicada à literatura infanto - juvenil.
Fez uma referência à importância das Instituições Culturais, como órgãos de congregação de esforços intelectuais, entre as quais referiu-se ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, completando agora 85 anos, Academia Espírito Santense de Letras, chegando a seus 80 anos.
Não deixou de relacionar nossos museus e bibliotecas, como pólos irradiadores da cultura, enfatizando também que a criação da Universidade por Jones Santos Neves e a Lei Rubem Braga (3730/91) no governo municipal de Vitor Buaiz deram importante contribuição para o crescimento e aprimoramento de nossa cultura. “Conclui averiguando a existência de dezenas de escritores de primeira água em nossa terra, o que lhe permitiu dizer que a cultura capixaba, dentro de suas limitações, vai bem, obrigada”.
(*) Síntese da 1ª palestra do ciclo comemorativo dos 450 anos de Vitória, que o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo patrocinou de 16 de maio a 21 de novembro de 2001.
Fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do ES, 2001 – N° 55
Autor: Renato Costa Pacheco
Compilação: Walter de Aguiar Filho, março/2014
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