Tropeiros e testemunhas – Por Ormando Moraes
A epopéia das tropas e dos tropeiros no Espírito Santo declinou e encerrou-se na década de 40, de sorte que foi possível entrevistar, nesta Capital e em cidades do interior, numerosos participantes e testemunhas da atividade, ou colher, de familiares, dados a respeito de alguns já falecidos, cuja importância merece registro. Vejamo-los.
Alberto Stange Junior — Nascido em Santa Leopoldina em 1910, ele saiu para Vitória em 1920, com 10 anos portanto, mas diz que o espetáculo das tropas ficou gravado em sua memória. Gostava de ver, nas manhãs ensolaradas ou nos dias chuvosos de Santa Leopoldina, a chegada das tropas e a intensa atividade de descarga e embarque do café nas canoas do Rio Santa Maria. Recorda que os adultos, pelo som dos cincerros, sabiam, mesmo à distância, qual o dono da tropa que vinha chegando, o que o impressionava bastante. Em virtude da mudança de seu pai, que era comerciante, para Vitória, aqui se fixou, estudou e ficou até hoje, porém, voltou muitas vezes a Santa Leopoldina, inclusive no período áureo das tropas.
Alberto Stange Junior foi, durante longos anos, professor e diretor do tradicional Colégio Americano, tendo sido, também, deputado estadual e Secretário da Educação. Atualmente, é presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.
Antônio Dadalto — Tendo se estabelecido como comerciante em 1937, na localidade de Santa Luzia, perto de Conceição do Castelo, logo sentiu a necessidade de tropas para transportar café adquirido de seus clientes, como também para levar-lhes os produtos necessários ao seu consumo. Com esse objetivo, no sentido sul fazia jornadas até Estrela do Norte, perto de Aracuí e para o norte até Piracema, município de Afonso Cláudio, além de trabalhar para várias outras localidades próximas de Santa Luzia. Era o tempo, segundo ele, em que se trabalhava de 6 da manhã às 6 da tarde, fora as ocasiões de fabricar açúcar ou farinha, ou das colheitas, em que se entrava pela noite trabalhando. Antonio é o patriarca do clã dos Dadalto e, embora com 88 anos de idade, figura como presidente do Conselho de Administração de Dadalto S.A.
Antonio Destéfani — Filho de imigrantes italianos, recebeu de seus pais a propriedade rural denominada Povoação, onde havia um rancho, no qual costumavam parar de 10 a 15 tropas de 10 muares cada uma e um total de cerca de 20 homens, entre tropeiros, arrieiros e tocadores. As tropas chegavam às 12, 13 horas, vindas de Afonso Cláudio, Rio do Peixe; São João de Vicosa, Conceição do Castelo, Santa Luzia, Pindobas e Venda Nova, e cada uma pagava mil réis pelo pouso e pelo pasto. Povoação era o último ponto antes de atingir Castelo.
Antônio Souza e Silva (Bilu) — Grande comerciante de muares, que trazia de Minas para vender em quase todos os municípios do sul do Espírito Santo, e já focalizado no capítulo sobre este assunto. Atualmente, Bilu é fazendeiro no município de Castelo e relembra, com saudade, o tempo das tropas que, para ele, foi uma experiência muito positiva, embora dura e trabalhosa, devido aos longos trajetos que fazia, de Minas ao Espírito Santo.
Antônio Zanuncio — Como já ficou registrado, trabalhou, de 1937 a 1941, como arrieiro das tropas de seu pai, proprietário em Itaoca, que faziam o percurso dessa localidade a Cachoeiro de Itapemirim, transportando café e cereais. Hoje, Zanuncio é proprietário da Fazenda Pouso Alto, município de Castelo, onde explora café, gado leiteiro e a fábrica de aguardente "944".
Argentina Lopes Tristão — Nascida em Iconha, viúva de Raimundo Ribeiro Tristão, tendo residido em Afonso Cláudio de 1935 a 1945, ela foi a melhor pesquisadora e a informante mais eficiente a respeito de tropas e tropeiros, cujo movimento, naquele município, sempre acompanhou com muito interesse. Atualmente, Dona Argentina é estilista de modas e comerciante de tecidos finos em Vitória. Folclorista e trovadora, ela e membro da Associação Canela-Verde de Cultura de Vila Velha e da Associação Brasileira dos Trovadores e autora de "Minicontos — Cenas da vida diária", "Dois livretos da trova adivinha" e "Legendas de pára-choques".
Avelino Dadalto — Dentro do sistema de vida adotado pelos imigrantes italianos e seus descendentes imediatos, toda a família trabalhava unida, com um só objetivo, e cada membro tinha sua atribuição. Na família Dadalto que, além de produtora de café, muito cedo se dedicou ao comércio, Avelino recebeu a incumbência de dirigir as tropas da firma, tarefa que ele sempre desempenhou com dedicação e entusiasmo, pois, segundo ele, a missão era nobre e empolgante, pelos perigos que enfrentava e pela aproximação que proporcionava com outras localidades e pessoas. Rapidamente, entretanto, devido aos avanços civilizatórios do após-guerra, ele deixou as tropas e passou a comandar os caminhões, com a mesma finalidade de comprar e vender. Hoje, Avelino dirige Dadalto - Café S.A., que se dedica ao comércio e exportação do produto.
Avelino Perim (Cebolão) — Foi arrieiro das tropas de seu pai, Teciano Perim, na Fazenda dos Alpes, e fazia constantemente o trecho que vai dali a Castelo, num percurso de cerca de 24 quilômetros, transportando sua própria produção, mas trabalhava também a frete, para os vizinhos, na base de 8 mil réis por saco de café, isto no final da década de 30. Cebolão diz que seu pai era muito caprichoso com as tropas, seus arreios e enfeites. Ele possuía três lotes de muares, sendo um todo queimado escuro, outro castanho e o terceiro então era misturado, porque aí não havia outro jeito, todos muito bem tratados e arreados, de sorte que Cebolão entrava em Castelo, à sua frente, muito feliz com a beleza de suas tropas.
Benjamim José Zon — Fazendeiro e comerciante de café no município de Colatina. Possuía tropas para transportar o café que comprava para beneficiamento em Santa Maria. Depois, mudou-se para Rancho Fundo e, posteriormente, adquiriu a Fazenda São Gonçalo, distrito de São Domingos. Com a morte de seu pai em 1920, muito jovem, ficou à frente dos negócios da família (5 irmãos). Não desmentindo a garra dos imigrantes europeus em sua disposição para trabalhar (sua ascendência é austríaco-italiana), Benjamim diz que, aos 7 anos, seus filhos Denis e Wilson Zon, já o ajudavam abrindo porteiras para as tropas passarem. Informa também que o pai de sua esposa, Amadeu Giuberti, possuía 8 lotes de burros para transportar café de 25 de Julho até Santa Leopoldina.
Camilo Cola — Nascido na Fazenda Pindobas, município de Conceição do Castelo, da qual é hoje proprietário único, o maior empresário de transporte do Brasil recorda que, aos 10, 12 anos, já tinha sua atenção despertada para o ciclo de atividades da fazenda, compreendendo produção, transporte e comercialização, e diz que conheceu bem as tropas, mas nunca se entusiasmou muito por elas, tanto que só uma vez acompanhou-as até Castelo. O irmão João era quem as dirigia. Seu interesse era maior pelos caminhões, que começaram a entrar na região, na década de 30, e justamente em 1939, aos 16 anos, ele foi para Cachoeiro, a fim de fazer o Tiro de Guerra, obrigação que os descendentes de italianos cumpriam com muito zelo. Tendo ido trabalhar na Agência Ford, de Atila Vicacqua, fez tudo para ser auxiliar e se possível, substituto do chefe da oficina mecânica da firma o popular Elias Apolinário, famoso goleiro do Estrela do Norte F.C. Enquanto isto, sua esposa, Dona Ignez, menos objetiva e um tanto mística e sonhadora, também entrevistada diz que, com apenas 10 anos, gostava de ver, em sua rua em Castelo, a passagem das tropas que chegavam, sobretudo a comandada por Seu Anterão, senhor moreno, forte, alto, lenço vermelho na testa, ponta virada para cima, a pé, na frente dos animais, pelo menos ali na cidade, já perto do rancho. Quando ouviam o bimbalhar dos cincerros, as crianças corriam para a janela, porque para a rua o pai não deixava. Outro tropeiro que despertava muita atenção das crianças era Estevão Sena, proprietário rural em Três Barras, Muniz Freire. Quando ia a Castelo com suas tropas carregadas de café, sempre encontrava uma horinha para visitar o pai de Dona Ignez, o comerciante Felício Massad. Em sua conversa, ouvida por todos com interesse, Estevão demonstrava ser profundo conhecedor da Bíblia e excelente contador de estórias.
Cantídio Rodrigues Pereira — Como sócio de Rocha, Varela & Cia., em São Simão, município de Muniz Freire, de 1936 a 1940, trabalhou com as tropas da firma, que transportavam café principalmente para Alegre, mas às vezes também para Castelo, passando por Muniz Freire. Cantídio saiu de Muniz Freire em 1940 para residir em Cachoeiro de Itapemirim até 1960 e foi proprietário de fazendas nos municípios de Itapemirim e Anchieta. Hoje, aposentado e recordando o tempo das tropas com saudade, reside em Camburi, nesta Capital.
Carin Tanure — Proprietário de máquina de beneficiar café em Rive, de 1932 a 1947, onde também agenciava a aquisição do produto para grandes comerciantes de Alegre e Cachoeiro, Carin Tanure conheceu em todos os seus detalhes o movimento das tropas em seu período áureo. Rive, que era uma estação da Estrada de Ferro Leopoldina, na época da colheita, recebia até 30 tropas por dia, ou 300 muares, que traziam café de Santa Angélica, Monte Cristo, Arataca, Bosque, São Luiz, Teixeira etc.
Carlos Teixeira Campos — Poeta, desembargador aposentado, membro da Academia Espírito-Santense de Letras, Carlos Campos é conhecedor da atividade tropeira neste Estado e, a respeito, produziu duas poesias que foram incluídas em capítulos anteriores deste livro. Seu pai, Antonio Carlos de Oliveira Campos, mais conhecido como Antonico Campos, era fazendeiro, no município de Calçado, e possuía vários lotes de muares, caprichosamente escolhidos e muito bem equipados e ornamentados. Tinha a vaidade de manter a boa aparência de suas tropas e também dos tropeiros, sempre disciplinados e ordeiros. Transportava café e outros produtos rurais de Calçado, São Pedro de Itabapoana, Guaçuí (antigo São Miguel do Veado) e até do município de Alegre, para a estação de Santo Eduardo, da Estrada de Ferro Leopoldina, onde os trilhos chegaram primeiro. Mais tarde foi construído o ramal ferroviário para Bom Jesus do Itabapoana, que passou a ser o ponto de embarque preferido pelos tropeiros daquela região. Carlos Campos conta que, em suas férias escolares, costumava viajar com seu pai para o sertão de Minas, montados em burros ou bestas, a fim de comprar muares e bovinos e trazê-los para o Espírito Santo.
Ceny Júdice Achiamé — Proprietário e arrieiro de tropas no lugar Águia Branca, município de São Gabriel da Palha, antiga colônia polonesa, da Sociedade de Colonização Varsóvia Ltda. Exerceu essa atividade de 1935 a 1944, com dois lotes, num total de 20 animais, adquirindo, no interior, café, arroz e milho, e levando para vender na localidade denominada Monte Claro, ponto em que a estrada de rodagem e os caminhões haviam chegado, partindo de Colatina, no esforço dos madeireiros que desbravavam a região, indiscriminadamente, sem qualquer planejamento. Quando chovia muito e a estrada de rodagem ficava intransitável, por ser de terra batida, Ceny ia até Colatina com suas tropas, passando por São Domingos. Partindo de Águia Branca, cumpria também outros itinerários para Barra de São Francisco e Mantena, Guararema e Cedrolândia, Águas Claras e Córrego do Café, etc. Mais tarde, Ceny passou a explorar, em boa escala, o transporte de passageiros em ônibus, na mesma região e hoje, aposentado, reside na Praia do Canto. Sobre a atividade tropeira, ele foi um dos melhores informantes para este livro.
Edson Guimarães — Nascido em Castelo em 1906, após seus estudos em Minas voltou para trabalhar nas propriedades de seu pai naquele município, denominadas Fazenda do Cedro e São João da Boa Fé, onde havia tropas que levavam a produção para Castelo e, quando faltavam tropeiros, era Edson quem ia tocar os burros na estrada, motivo por que conheceu muito bem esse ramo de atividade tão importante na época. Em 1938, foi residir na cidade de Castelo, onde se estabeleceu como comerciante de café e de gado, tendo tido uma participação muito intensa na vida daquela comunidade: foi Vereador, Juiz de Paz, Substituto do Juiz de Direito e Presidente da Cooperativa Agrária de Castelo. Hoje, goza o ócio com dignidade em Guarapari, como aposentado e capitalista.
Elias Simão — Nascido em 1905 e conhecedor profundo da vida alegrense a partir de 1912, foi ele a mais rica fonte de informações para este livro, sobre fatos e acontecimentos relativos ao movimento de tropas no município de Alegre. Como guarda-livros e contabilista, Elias Simão sempre esteve muito ligado ao comércio daquela cidade sulina.
Epiphanio Zamprogno — Nasceu em 25.05.1893 no lugar denominado Vale de Tabocas, município de Santa Teresa, onde se estabeleceram seus pais, Giocondo Zamprogno e Manieta Gasparini, imigrantes italianos, que formaram naquele local uma grande fazenda e possuíam 5 lotes de burros (50 animais) para comprar café e levar para Santa Leopoldina. A partir de 1915, Epiphanio ficou à frente das tropas e, pelo menos 4 vezes por ano, ia até Laginha, São Manoel do Mutum e Figueira do Rio Doce, em Minas, para comprar muares e trazer para o Espírito Santo, além de comprar e vender vários outros produtos. Nesse trabalho, fez amizade com grandes criadores de Minas, um dos quais, Orlando Ramalho, veio para o Espírito Santo e se casou com uma irmã de Epiphanio. Graças ao seu trabalho e de toda a família, a Fazenda Tabocas tinha uma das maiores produções de café do Espírito Santo, motivo por que, em 1917, mereceu a distinção da visita do Presidente do Estado, Bernardino Monteiro, e vários de seus auxiliares, todos montados em burros, mulas ou bestas e recebidos com grandes festas em Santa Tereza e Tabocas, acontecimento raro na época e de que toda a família Zamprogno muito se orgulhava. Epiphanio faleceu recentemente em Vitória, aos 95 anos de idade, e, entre os filhos que deixou, destacam-se o cônsul Walfredo Zamprogno e o empresário Waldemar Zamprogno, que forneceu estes dados.
Evandro Moreira - O poeta e escritor Evandro Moreira, membro da Academia Espírito-Santense de Letras, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, mas, acompanhando seu pai, que era empreiteiro de estradas, residiu, de 1947 a 1951, em Rio Novo do Sul e em Rodeio, no mesmo município, onde conheceu e admirou o movimento das tropas daquela região e de lconha. Com sua sensibilidade de poeta, aproveitou o tema, mais tarde, para algumas de suas excelentes páginas de produção literária, uma das quais ilustra este livro.
Fiorino Puppin - Filho de imigrantes italianos, nasceu em Ribeirão do Cristo, município de Alfredo Chaves, onde foi tropeiro e comerciante e, como político, vereador e prefeito da cidade, de 1958 a 1963. Possuiu 5 lotes de burros machos (50 animais) para transportar café que comprava e levava para a Estação de Araguaia, E.F. Leopoldina, passando por Batatal, São Marcos, Santo André e Matilde. Diz Fiorino que os cafés de melhor tipo eram embarcados para o Rio de Janeiro e os piores para Vitória. Entre Alfredo Chaves e Anchieta não havia movimento de tropas, porque, até 1934, as duas cidades eram ligadas pela Estrada de Ferro Benevente, que passava pela antiga Usina Jabaquara (açúcar) e foi extinta, vendida no governo Punaro Bley. Até a mesma época, havia também a navegação a canoa pelo rio Benevente, até Alfredo Chaves, onde ficava o chamado Porto dos Imigrantes. Fiorine, pai do Deputado Douglas Puppin, não usava mulas e bestas em suas tropas, porque, segundo ele, as fêmeas davam muito trabalho quando entravam no cio.
Francisco Schwarz — Nasceu em Santa Leopoldina em 25.02.1916 e sua primeira profissão foi a de técnico agrícola. Depois, Ingressou na política, foi prefeito do município, de 1948 a 1950, e exerceu vários mandatos de deputado estadual, de 1951 a 1971. Profundo conhecedor de seu município e também de toda a região vizinha, acompanhou de perto, como é óbvio, a atividade tropeira em seu período mais intenso, motivo por que foi um dos melhores informantes para este livro. Diz Schwarz que ele chegou a ver, nas ruas de Santa Leopoldina, mais de 1000 muares,"num vai-e-vem contínuo de descarregar e carregar novamente para reiniciar viagem". Ele também não tem dúvida de que o burro foi fator decisivo para fixação do imigrante no interior do Estado. Aposentado e afastado da política, atualmente Francisco Schwarz é membro e diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e se dedica intensamente à pintura, fixando em suas telas, com muita arte, belas paisagens, velhos templos e casarios históricos de nosso Estado.
João Cola — Ao contrário de seu irmão Camilo, cujo interesse era maior por outras atividades, João era o armeiro, isto é, o chefe das tropas de seu pai Pedro Cola, da Fazenda Pindobas, que transportavam para Castelo sua produção de café e de lá traziam suprimentos para a casa comercial. Era uma viagem de dois dias, com pouso em Povoação. Trabalhou com as tropas de 1930 a 1937, quando os caminhões começaram a chegar à região.
José Carlos Caiado — Proprietário da Fazenda Oriente, município de Atilio Vivacqua, ex-Marapé e ex-São Felipe, que foi de seu pai, Joaquim (Di) Caiado, um dos maiores produtores de café do Estado. José Carlos recorda que seu pai costumava ter 4 lotes de burros e alugava outros tantos (um total de 80 muares), a fim de transportar café, beneficiado na própria fazenda, para Atílio Vivacqua, estação da E.F. Leopoldina, ou para Safra, donde seguia, pela E. F. Itapemirim, com destino a Barra de Itapemirim, para embarque nos pequenos navios de Soares & Irmãos. Di Caiado chegou a produzir 40 mil arrobas de café por ano e a adquirir quantidade idêntica, cujo destino final era Rio ou Vitória, motivo por que o movimento de tropas, ali, era realmente grande. Seu pai faleceu há pouco tempo e José Carlos, hoje, só cuida de gado.
José Ignácio de Souza, vulgo Zeca Totó — Proprietário da Fazenda Barra da Severina, situada entre Alegre e Anutiba, na estrada que vai para Muniz Freire, ponto de convergência da região, ali chegavam tropas vindas de vários lugares. Zeca Totó e seu filho Eliezer, que adotou o mesmo apelido como sobrenome, eram também comerciantes no local, possuíam máquinas de beneficiar café e tropas para conduzir sua produção e a de vizinhos para Alegre, Rive e Vala do Souza. Quem recorda estes fatos é o neto de Totó, Adilon Vargas de Souza, engenheiro agrônomo, que foi presidente da Emater do Espírito Santo e, nos idos das décadas de 30/40, ainda criança, conheceu na fazenda citada o curioso movimento das tropas.
José Maria Oliveira — Tendo residido de 1929 a 1964 em Mimoso do Sul, de cuja comunidade teve intensa participação, José Maria recorda o grande movimento de tropas que ali chegavam até 1935, vindas de São José das Torres, Conceição do Muqui, São Pedro de itabapoana e Santo Antonio do Muqui, trazendo café para os grandes compradores, da época, que eram Ferrari, Souza & Cia., José Barbosa Martins e Seba Ananias, os quais, por sua vez, faziam a exportação do produto pela Estrada de Ferro Leopoldina. Segundo ,ele, movimento idêntico havia em outra estação bem próxima, da mesma E.F. Leopoldina, Muqui, cujos grandes compradores de café eram Elias Haddad, Elias Ayub e Casas Curcio. Uma observação curiosa de José Maria a respeito de muares era sua utilização pelos vendedores avulsos de massas. Eles saíam da cidade, com dois, três burros ou bestas conduzindo enormes jacás pejados de pães, roscas, bolachas e biscoitos que eram vendidos ou barganhados por milho, feijão, aipim, queijo ou lingüiça, visto que o dinheiro era vasqueiro no interior. Atualmente, José Maria reside em Guarapari, onde é corretor de imóveis.
José Ribeiro Tristão — Nascido em 1904 na Fazenda Invejada, município de São Manoel do Mutum, foi no arraial próximo, denominado Ocidente, no mesmo município, quando pertencia ao Espírito Santo, onde seu pai era comerciante, que José Ribeiro Tristão, com apenas 13 anos, começou a trabalhar em suas tropas, acompanhando-as montado em um cavalinho, nas viagens para Manhuaçu, Alegre, Castelo ou Aimorés, nas quais levava até 12 dias. Ajudava a preparar a comida, a ferrar os animais, cortava-lhes as crinas, colocava-lhes o bornal com milho e tratava das pisaduras produzidas pelas cangalhas. Era tanto serviço que José Tristão achava que o pai não gostava dele. Em 1935, ele foi para Afonso Cláudio, onde se estabeleceu com a Casa Misael, que tomou conta da praça, tornou-se famosa e tinha filiais em Itaguaçu, Santa Teresa, Manhuaçu e Mutum, onde seu pai havia iniciado sob a mesma denominação. Em Afonso Cláudio, ele possuía também rancho de tropas, que utilizou em larga escala para transportar o café que comprava. Seu filho, o grande empresário Jônice Tristão, iniciou-se no comércio em Afonso Cláudio, Santa Teresa e Itaguaçu.
Luiz Machado — Proprietário da Fazenda das Flores, que veio de seu pai, Luiz Machado conta que, desde 15 anos, preenchia qualquer falta de tropeiros para conduzir as tropas que transportavam sua produção de café, bem como a de vários vizinhos. A distância da fazenda a Castelo é de 6 quilômetros, que eles faziam duas vezes por dia, totalizando um percurso de 24 quilômetros, o máximo admitido por dia, e Luiz destaca que ele ia montado, mas o serviço era muito mais duro para o tocador que fazia o trecho a pé.
Manoel Lopes da Costa — Proprietário rural no distrito de Piracema, município de Afonso Cláudio, onda também possuía rancho para abrigar até 10 tropas, Manoel Lopes da Costa foi um homem intimamente ligado à atividade tropeira, como comerciante de muares e arrieiro, no início da década de 40. Era famoso por sua força física: começou a trabalhar com 15 anos e, com 16, já pegava facilmente a saca de 60 quilos, mas houve ocasião, mais tarde, de pegar até duas sacas. Fazia transporte de café de Afonso Cláudio para Castelo, passando por Piracema, Fazenda Bissoli, Serra Pinga Fogo, Indaiá, Conceição do Castelo, Santo Antonio e Caxixe. Sua tropa de 10 burros era conduzida apenas por ele, montado, e um ajudante, a pé. Muito jovem, com excelente porte físico e sempre bem vestido, diz Manoel Lopes que não era difícil ter uma namorada em cada lugar onde passava com sua tropa, o que muito o estimulava. Ele hoje é funcionário da Justiça e foi um dos melhores informantes para elaboração deste livro, pelos detalhes que pôde oferecer a respeito da epopéia das tropas e dos tropeiros.
Manoel Milagres Ferreira — Um dos últimos, senão o último remanescente da equipe de ouro do ensino primário do Espírito Santo, das décadas de 20 e 30, formado pela Escola Normal Pedro II, em 1913, exerceu o magistério em Muqui, Santa Leopoldina e Baixo Guandu até 1918 e, em suas andanças, a montaria usada era o burro ou a besta. A seguir, nesta última cidade, entrou no comércio como guarda-livros e, fazendo todos os lançamentos contábeis relativos à atividade tropeira, assim como a extração de notas e a conferência de cargas, conheceu-a muito bem. Segundo o professor Milagres, a importância de Baixo Guandu em relação às tropas era mais como ponto de entrada, no Espírito Santo, dos muladeiros de Minas, que vinham de Guanhães, Santa Maria de São Félix, Capelinha, etc., trazendo burros e bestas para vender em nosso Estado. O professor Milagres, que faleceu em fevereiro de 1988, aos 92 anos de idade, era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e autor do livro "História e Flagrantes de Baixo Guandu".
Manoel Pedro Ferraz — Historiador, cronista, memorialista, colaborador de vários jornais e revistas, Manoel Ferraz, nascido em Minas, vive em Alegre desde o inicio da década de 20 e ali sempre exerceu, preponderantemente, a função de professor, tendo sido, inclusive, fundador do Instituto Alegrense de Ensino. Como observador atento da vida alegrense, acompanhou bem o movimento de tropas naquele município, em sua fase mais intensa, de modo que pôde oferecer sua preciosa colaboração para este livro. Ferraz é membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.
Manduca Novais — Como homem das baixadas dos rios Itapemirim e ltabapoana, que ficou rico comprando, engordando e vendendo boi e emprestando dinheiro a juros em vários municípios do sul do Espírito Santo, Seu Manduca sempre foi mais ligado a um bom cavalinho marchador ou mesmo às éguas cargueiras de seu tempo de infância do que aos burros. Entretanto, quando passou a comprar grandes lotes de 800, 1000 bois de engorda, no nordeste de Minas e no sul da Bahia, e conduzi-los a pé pelo interior do Espírito Santo, passando por Montanha, Nova Venécia, Colatina, !tarana, Afonso Cláudio, Piracema, Serra do Pinga Fogo, Conceição do Castelo, Castelo, Conduru e Cachoeiro, até atingir suas baixadas, devido à natureza dos terrenos e dos caminhos, Seu Manduca foi obrigado a adquirir muares, não só para montaria dos boiadeiros, mas também para transportar seus suprimentos, apetrechos e utensílios de cozinha. E, embora se utilizasse de uma caminhonete para suas viagens e para fiscalização das boiadas em alguns pontos do trajeto, nesse período, conheceu, admirou e se identificou com o movimento de tropas, visto que, não raro, os pontos de pouso das boiadas eram os mesmos dos tropeiros ou muito próximos. Mas já era a fase final, o último ato da epopéia das tropas e dos tropeiros.
Octaviano Santos — Antigo tabelião do Cartório do 1º Oficio de Domingos Martins, Prefeito do município durante 10 anos, no tempo do governo Punaro Bley, Octaviano conheceu muito bem o movimento de tropas naquela região. Diz ele que, até 1910, quando se completou a ligação de Vitória com Cachoeiro e Rio de Janeiro pela Estrada de Ferro Leopoldina, que passava por seu município, as tropas de Domingos Martins desciam a serra e vinham despejar o café e se abastecer no antigo Porto de Cariacica, quando ainda não havia ponte sobre a baía de Vitória. O mesmo faziam as tropas de Viana. Inaugurada a ligação ferroviária, Domingos Martins passou a ser ponto de convergência de tropas de vários pontos do interior, com embarque do café na estação de Marechal Floriano. Os proprietários de tropas mais conhecidos em seu município foram Pedro Ewald Quarto, Felipe Krohling, Germano Gerardt, Eduardo Schneider, Alfredo Velten, Augusto Schwambach, Irmãos Ronchi e Domingos Espindula, e o preto José Pedro era o tocador de burros mais competente. Durante algumas legislaturas, Octaviano Santos representou sua região, como deputado, na Assembléia Legislativa. Hoje; aos 82 anos, muito lúcido e ativo, exerce o cargo de presidente da Indústria de Bebidas Antarctica do Espírito Santo, em Viana.
Paulo Antonio Médice — Nascido em Santa Teresa em 1902 e residindo em Santa Leopoldina desde 1936, foi empregado da grande firma comercial J. Reiser & Cia., conheceu o movimento de tropas e a navegação fluvial em sua fase mais intensa, de sorte que se constituiu num dos melhores informantes sobre aquela simpática cidade. Naquele tempo, ele costumava vir a Vitória de lancha, pelo Rio Santa Maria. Hoje, é proprietário do Cartório de 3º Oficio de Santa Leopoldina, juntamente com sua esposa, lnah Duarte Médice.
Paulo José do Carmo — Nasceu em 1899, em Piaçu (antiga Conceição do Norte), município de Muniz Freire, onde viveu até os 22 anos, tendo sido comerciante a partir dos 17. A seguir, foi para Castelo, onde se estabeleceu com a firma comercial Carmo & Filho, em sociedade com seu pai Honório Antonio do Carmo, proprietário das fazendas Concórdia, Cachoeira Alta e da Palha, todas no município de Muniz Freire. Eles possuíam tropas que transportavam o café para Castelo e levavam para as fazendas os suprimentos necessários e também para fornecer a outros agricultores. Eram 12 léguas de Castelo às fazendas, trecho que exigia 3 dias de viagem de ida e 3 de volta. Paulo do Carmo não era tropeiro, apenas proprietário de tropas, mas, uma vez, foi fazer o percurso com as tropas e pernoitar nos ranchos para conhecer a vida dos tropeiros e — diz ele — gostou principalmente da comida muito adubada, isto é, com bastante toucinho. Ele ofereceu excelente contribuição para este livro, com matérias que figuram em alguns capítulos. Em Castelo, teve participação importante na comunidade local: foi um dos fundadores do jornal "O Castelo", contribuiu para a fundação do Ginásio "João Bley" e pertenceu ao Partido da Lavoura. Paulo José do Carmo é pai, entre outros filhos, dos advogados Hiller do Carmo e Sandro Chamon do Carmo e reside hoje em Vitória.
Pedro Dadalto — Dentro do sistema adotado pelos imigrantes italianos de dar a cada membro da família uma atribuição, quando Antonio Dadalto se estabeleceu com casa comercial em Santa Luzia, Pedro ficou encarregado da contabilidade da firma. Entretanto, não era menor seu interesse por outras atividades do grupo familiar, como a das tropas, co-mandadas pelo irmão Avelino, não só por sua beleza, mas também pelo valor do serviço que prestavam. Empresário muito discreto e reservado, mas de indiscutível eficiência, Pedro é, hoje, muito interessado também na preservação da memória dos usos e costumes, de fatos e acontecimentos ligados à dura luta do homem no interior, e figura nesta lista como um dos maiores incentivadores para a publicação deste livro sobre tropas e tropeiros.
Rubens Rangel — Dois homens que foram tropeiros chegaram a ocupar o governo do Espírito Santo. O primeiro foi Marcondes Alves de Souza, tropeiro e muladeiro já focalizado em outro capítulo deste livro, que veio de Minas e formou várias fazendas no município de ltapemirim, tendo sucedido a Jeronymo Monteiro como Presidente do Estado (era esta a denominação do mais alto cargo da administração estadual). O outro foi Rubens Rangel. Nascido em São Fidélis, Estado do Rio, veio para o Espírito Santo com 11 anos e pouco depois começou a trabalhar na fazenda de seu cunhado Gamboa. Aos 21 anos, já casado, recebeu uma herança de 5 contos de réis, com a qual comprou uma tropa, que ele próprio conduzia como armeiro e tropeiro, ao mesmo tempo. Mais tarde, adquiriu a Fazenda Santa Rosa, no distrito de São José das Torres, onde também mantinha tropas para transporte de sua produção de café e de vizinhos para vender em Mimoso do Sul. De instrução apenas primária, Rubens Rangel, entretanto, era homem muito decidido e dinâmico, que ingressou na política, conquistou muita popularidade e se elegeu vereador, prefeito de Mimoso do Sul, deputado federal e vice-governador do Estado, assumindo o governo para completar o mandato de Francisco Lacerda de Aguiar, de fevereiro de 1965 a março de 1966.
Vitor Biasutti — Natural de Santa Teresa, ali viveu muitos anos e foi funcionário do Banco do Brasil. Seu conhecimento sobre tropas fica evidenciado com o trecho que se transcreve, de seu livro "Brumas" (inédito): "Blem, blem, blem, lem, lem, em, em... os cincerros, nas encostas e caminhos bimbalhavam. Tropas do Vervloet, do Avancini (depois do Cazuza), do Broilo (depois do Bonino)... As "madrinhas" ou guias exibem os enfeites prateados de sua roupagem. Nas curvas da Lombardia, pelos lados do Candido Loss, ou descendo a ladeira dos Padoan. Dos lados da árvore "assombrada", nos caminhos da Penha ou desde o Canaan, das bandas do Riorestano Pedrolli... Daqui, dali, de lugares alternados, ziguezagueando, até parecia brincadeira. O movimento de tropas. O tropeiro, "maquinista" dessa festiva composição, a pé, descalço, chicote encostado no ombro, na cabeça o tradicional lenço flutuante a cada movimento seu, calças arregaçadas, dirigia o cargueiro. Falava com os animais e estes o entendiam. Gestos, gritos, assovios e estalidos da chibata conduziam-nos ordenadamente aos respectivos ranchos, impecavelmente cada um frente ao mourão que lhe fora destinado. Se me lembro do tropeiro... Profissão que se apaga, rareia, como rareiam os muares, tão úteis que foram em outra época".
Vítor Hugo Vervloet — Nascido em Santa Teresa em 1906, foi para Santa Leopoldina em 1923, quando a cidade estava no auge de seu progresso, tendo ali se empregado na casa comercial da firma Vervloet Irmão & Cia. Entre as muitas informações que prestou sobre o intenso movimento tropeiro, ele conta que as tropas originárias de Minas traziam fumo, toucinho, carne salgada, queijos enrolados em palha de milho e acondicionados em balaios ou canudos cilíndricos de taquara e ainda manteiga em latas de biscoito, enroladas em sacos molhados para melhor conserva. Vitor Hugo recorda ainda que cada balaio de 12 queijos custava 6 mil réis. Bons tempos aqueles, conclui saudoso.
Virgínia Tamanini — Apesar de seus 90 anos, a notável autora do romance "Karina" recorda e descreve com sensibilidade a figura do tropeiro que conheceu, quando menina, em Santa Teresa: "Tropeiro tocador de burros tinha brio. íntegro por intuição, orgulhava-se de seu trabalho e estimava o patrão. Não se desmerecia. Servidor fiel, cumpria seu dever e, dele ufano, cônscio de seu trabalho, mal o dia clareava, seu lote de 10 burros, com carga de 8 arrobas de café cada um, era posto a caminho, tocado por ele, que, passo a passo, o acompanhava, vencendo o chão, léguas em fora".
Waldemar Mendes de Andrade — Antes de ir para Cachoeiro de Itapemirim em 1930, onde foi professor e advogado durante muitos anos, Waldemar Mendes trabalhou como guarda-livros das firmas Freitas Medina & Cia., de Calçado e Emery, Irmão & Cia., de Guaçuí, de 1927 a 1929, e, em ambas as cidades, conheceu o intenso movimento das tropas que chegavam e saiam em sua função de transportar a principal riqueza da terra, que era o café, e também os produtos necessários à vida no interior. Por sua longa atuação no magistério, na advocacia, na magistratura e na política, Waldemar Mendes é testemunha e participante de importantes fatos e acontecimentos da vida de nosso Estado, inclusive relativos a tropas e tropeiros, e, por isso mesmo, deu, para este livro, um depoimento muito interessante sobre roubo de animais, incluído no capítulo próprio. Aposentado como desembargador, Waldemar Mendes reside atualmente em Vitória.
Vitória, 22 de março de 1988
Outros livros do autor
— Caderno de Crônicas —1962
— Não fica bem a Revolução chegar a pé —Crônicas - 1979
— Da Itália ao Brasil — história — 1981
— Seu Manduca e outros mais — romance —1986
Fonte: Por Serras e Vales do Espírito Santo – A epopéia das Tropas e dos Tropeiros, 1989
Autor: Ormando Moraes
Acervo: Edward Athayde D’ Alcantara
Compilação: Walter de Aguiar Filho, abril/2016
Ao longo de 20 dias, um grupo de 13 capixabas está revivendo parte da história do Brasil Colônia ao refazer os passos de Dom Pedro pelo interior do Estado
Ver ArtigoO caminhão foi entrando mais lentamente, devido à falta de estradas, a partir da década de 20
Ver ArtigoOs tropeiros divulgavam também o caso da figueira mal assombrada da Fazenda do Bandeira, perto de Calçado, onde se ouviam gemidos e gargalhadas à noite
Ver ArtigoAs tropas e os muares, sobretudo representados na figura do burro, constituíram, em seu tempo, um tema poético
Ver ArtigoAlegre, Mimoso, Muqui, Guaçuí, Colatina, Castelo, Cachoeiro de Itapemirim, Santa Leopoldina, Alfredo Chaves, lconha, Baixo Guandu e Iúna...
Ver ArtigoO seleiro era um artesão de muita habilidade na fabricação de selas e de todo o arreamento necessário ao animal de carga
Ver ArtigoEssa prática criminosa tinha mais a característica de furto, visto que os animais eram levados sorrateiramente, às escondidas
Ver ArtigoA medicina tropeira voltada para os animais e não para os tropeiros
Ver ArtigoOs comerciantes de muares eram chamados muladeiros e eles vendiam tanto animais chucros para serem adestrados pelos compradores, quanto muares já preparados e arreados
Ver ArtigoNo período áureo das tropas no Espírito Santo, foi mínima a intervenção e a participação do Estado na atividade tropeira
Ver ArtigoUm desses amores nasceu lá pelos lados da região de Arataca. Um jovem tropeiro despertou o coração da filha de um abastado fazendeiro
Ver ArtigoOs "cometas", assim denominados os viajantes comerciais, porque apareciam nas cidades do interior de tempos em tempos
Ver ArtigoPor influência do mineiro, que colonizou grande parte do interior do Espírito Santo, a palavra mais usada por nossos tropeiros em todas as ocasiões, era a interjeição uai
Ver ArtigoA chegada dos tropeiros aos pontos de parada, era uma festa para os moradores das imediações
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