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Fale os sábios das escrituras – Presidente Avidos

Florentino Avidos, o homem de estradas e pontes

Abstraindo-se da afoiteza, com que algumas obras foram executadas, a crítica aos dois Avidos, por jornalistas anônimos e políticos preteridos, não teve justificativa recomendável.

Acusaram-nos de perdulários e de se querer perpetuar nas placas de bronze justapostas às obras inauguradas. De fato, Florentino Ávidos dispendia mais do que arrecadava, mas seus investimentos reprodutivos se enquadravam no coeficiente de acréscimo da economia estadual.

O insucesso havido, no apelo ao crédito externo, quando pretendeu lançar um empréstimo de noventa mil contos de réis, foi devido exclusivamente à desonestidade praticada pelos banqueiros franceses, Ch. Victor e Cie, e seus sucessores, Societé Auxiliaire de Crédit, lançadores e procuradores do Estado do Espírito Santo, dos empréstimos de 1894 e 1908. Estes banqueiros, sentindo-se em dificuldades financeiras, em 1915, quando faliram os primeiros, e 1919, quando os sucessores fecharam as portas, pagaram seus credores com os títulos resgatados, e não inutilizados, do empréstimo do Espírito Santo.

No contrato de empréstimo, entre o governo do Espírito Santo e Ch. Victor, havia uma cláusula, que impedia ao Estado novo empréstimo externo sem que estivessem resgatados os anteriores. Quando Florentino Ávidos supôs que, com pouco mais de dois mil contos, poderia liquidar a dívida e lançar novos títulos, já pràticamente ajustados com outros institutos de crédito, foi surpreendido pelos peculatários franceses, que se haviam locupletado com os bônus do Estado, vencidos e resgatados. As negociações duraram mais tempo do que restava ao término do governo do grande e voluntarioso Presidente.

Foi erro de Florentino Avidos não se ter subordinado às verbas orçamentárias? Deve um governo de realizações concretas, possíveis e necessárias, cingir-se cegamente às possibilidades momentâneas do Tesouro? Poderia o Estado construir as pontes de Vitória e de Colatina, dar prosseguimento às obras do porto e aparelhá-lo, sanear a capital, rasgar estradas, difundir o ensino e a economia agrícola, com seus recursos normais, no momento crítico do seu crescimento econômico? Falem os sábios das escrituras.

 

Fonte: Biografia de uma ilha, 1965
Autor: Luiz Serafim Derenzi
Compilação: Walter de Aguiar Filho, janeiro/2017

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