Morro do Moreno: Desde 1535
Site: Divulgando desde 2000 a Cultura e História Capixaba

A Capitania do ES e os Jesuítas

Remodelação do Palácio Anchieta em 1910.

A Capitania do Espírito Santo não chegou a se constituir numa empresa inviável, conforme se pode inferir dos escritos dos primeiros cronistas da nossa historiografia tradicional. Agricultores, rendeiros, senhores de engenho e comerciantes movimentaram a produção açucareira e o comércio que mantiveram os funcionários – escrivães, tesoureiros, provedores, almoxarifes, juízes e vereadores, entre outros que compunham a máquina administrativa encimada pelo capitão-donatário. A estes juntaram-se desde o início os sacerdotes jesuítas, responsáveis pela catequese e pela educação, atraídos não só pela perspectiva de administração da grande massa indígena mas também pela viabilidade os empreendimentos econômicos que lhes garantisse a sobrevivência, conforme ficará atestado posteriormente com as fazendas de Muribeca, Itapoca, Araçatiba e Carapina; unidades econômicas especializadas na produção em larga escala da pecuária, da farinha de mandioca, do açúcar e da policultura. É dentro desta conjetura que se desenvolverá a obra missionária dos jesuítas, particularmente de Anchieta, contribuindo, destarte, para atenuar o embate entre as duas etnias em conflito – ameríndios e europeus.

Foi graças ao Colégio dos Jesuítas que aqui estiveram inúmeros desses religiosos que deixaram, nas suas cartas, as impressões tão caras à historiografia colonial. A começar pelo próprio pe. Manoel da Nóbrega, em 1560, que, conforme Levy Rocha (1977), não fora menos gentil com o Espírito Santo que os que o precederam, afirmando: “Esta Capitania se tem por a melhor cousa do Brasil depois do Rio de Janeiro..” Entretanto, noutra carta que escrevera anteriormente, consignou: “...Outro pecado nasce também desta infernal raiz, que foi ensinarem os cristãos ao gentio ao furtarem-se a si mesmos e venderem-se por escravos. Este costume, mais que em nenhuma outra capitania, achei no Espírito Santo”.

Fonte: Palácio Anchieta: de colégio à casa de governadoria, 2000
Autores: Gabriel Bittencourt e Nádia Alcuri Campos

LINKS RELACIONADOS:

>> Uma Capitania atribulada
>>
 
Os pioneiros: Degredados
>>
 
Capitanias hereditárias  
>>
 
Capitanias ou Feudos? 
>>
 
Mês da Colonização do Solo Espírito Santense 
>>
 
Engenhos de açúcar no ES
>>
 
Navegantes da Costa do ES
>>
 
Bem vestidos, mas fedorentos!
>>
 
200 Anos da Família Real no Brasil  

Pesquisa

Facebook

Leia Mais

O Espírito Santo na 1ª História do Brasil

Pero de Magalhães de Gândavo, autor da 1ª História do Brasil, em português, impressa em Lisboa, no ano de 1576

Ver Artigo
O Espírito Santo no Romance Brasileiro

A obra de Graça Aranha, escrita no Espírito Santo, foi o primeiro impulso do atual movimento literário brasileiro

Ver Artigo
Primeiros sacrifícios do donatário: a venda das propriedades – Vasco Coutinho

Para prover às despesas Vasco Coutinho vendeu a quinta de Alenquer à Real Fazenda

Ver Artigo
Vitória recebe a República sem manifestação e Cachoeiro comemora

No final do século XIX, principalmente por causa da produção cafeeira, o Brasil, e o Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações

Ver Artigo
A Vila de Alenquer e a História do ES - Por João Eurípedes Franklin Leal

O nome, Espírito Santo, para a capitania, está estabelecido devido a chegada de Vasco Coutinho num domingo de Pentecoste, 23 de maio de 1535, dia da festa cristã do Divino Espírito Santo, entretanto... 

Ver Artigo